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Bolsa cai 1,8% em semana de tensão externa; Previdência, rumo da Selic no radar

10 maio 2019, 18:45 - atualizado em 10 maio 2019, 18:45
O Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,58% a 94.257 pontos, com volume financeiro de R$10,51 bilhões, o segundo menor da semana

Por TradersClub

A bolsa brasileira sucumbiu à tensão no mercado internacional e acumulou desvalorização de 1,82% na semana. De quebra, uma rodada de resultados corporativos do primeiro trimestre que desagradou investidores impediu um saldo final melhor do índice Bovespa, que caiu pelo segundo pregão seguido nesta sexta-feira, na faixa 94 mil pontos.

Declarações truncadas do cenário político restabeleceram a cautela de praxe na última sessão da semana e não ajudaram o mercado brasileiro a surfar na melhora de ânimo do exterior. Depois de ameaçar e efetivamente elevar as tarifas sobre US$200 bilhões em produtos chineses, o presidente americano Donald Trump endossou o coro da distensão entre os Estados Unidos e o país asiático ao dizer que as negociações comerciais entre ambos foram construtivas nos últimos dois dias e vão prosseguir.

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Em tuíte, Trump afirmou que a alta de tarifas sobre importações chinesas poderá ser revertida, a depender das futuras negociações. Com isso, os índices Dow Jones e S&P500 interromperam a série de quatro quedas seguidas e subiram 0,44% e 0,37%, respectivamente, nesta sexta-feira.

Trabalhador da Vale sujo de lama
(Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Mercados

Na contramão, o Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,58% a 94.257 pontos, com volume financeiro de R$10,51 bilhões, o segundo menor da semana. As ações de Suzano, CVC Brasil, B2W, Sabesp e Lojas Americanas recuaram mais de 3% e puxaram a fila das perdas do índice após apresentarem seus números do primeiro trimestre.

Já os papéis da Vale subiram 1,90% após a mineradora reiterar que seus custos unitários de produção não vão subir com as interrupções de atividade, na esteira do desastre na mina de Brumadinho, e que o processo de indenização de vítimas da tragédia caminha rapidamente.

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O prejuízo líquido da companhia atingiu R$6,42 bilhões no trimestre. O dólar futuro, por sua vez, ficou perto da estabilidade, em alta de 0,08% – a segunda consecutiva -, cotado a R$3,958. Com o mercado atento ao desenrolar da comissão especial da reforma da Previdência, sob risco de desidratação do projeto em meio às discussões do mérito, não pegaram bem as declarações do presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos, de que o governo é inábil com o Congresso e seria hoje o maior inimigo da reforma.

Em contrapartida, perto do fechamento, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse à Bloomberg que a relação entre Executivo e Legislativo está melhorando. À tarde, o presidente Jair Bolsonaro abordou as dificuldades do governo na articulação política, chegando a dizer que “talvez venha um tsunami na semana que vem”, sem detalhar.

Mesmo assim, os juros futuros caíram em bloco, refletindo a desaceleração da inflação em abril, abaixo do consenso. O IPCA subiu 0,57%, sinalizando que o recente pico visto no custo de vida deve ser transitório e permitindo apostas de possível corte da Selic ainda neste ano.

(Imagem: Pixabay)

Internacional

A próxima semana é menos carregada de indicadores relevantes, o que não significa que a rotina promete alívio nos mercados. Além da tramitação da reforma, as notícias sobre as futuras negociações comerciais entre EUA e China – incluindo o potente Twitter de Trump – tendem a influenciar os preços dos ativos.

Traders comentam que as bolsas americanas se encontram sensíveis a eventuais correções após o forte início de ano dos índices, com novas máximas históricas. Uma escalada da guerra tarifária poderia inflar os preços ao consumidor nos EUA e, simultaneamente, abalar a balança comercial chinesa, elevando os riscos sobre a saúde da economia global.

A respeito disso, aliás, a agenda da semana que vem destaca os números do PIB da Zona do Euro no primeiro trimestre e, nos EUA, das vendas no varejo e da produção industrial em abril, ambos na quarta-feira. Dados de produção industrial na China e na Zona do Euro também serão conhecidos na terça-feira.

Neste mesmo dia o mercado lerá a ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, que poderá trazer pistas sobre o futuro do juro básico brasileiro. Paralelamente, a agenda de resultados do primeiro trimestre segue a todo vapor, com balanços de empresas como Itaúsa, Cosan, JBS, Eletrobras, Oi, Equatorial, Guararapes, Light, Kroton, Embraer, Ultrapar.

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