Mercados

Bolsa e dólar: Entenda por que a alta de juros nos EUA impacta seus investimentos

13 jun 2022, 10:41 - atualizado em 13 jun 2022, 11:07
Dólar
A taxa dos EUA é usada para precificar todos os ativos do mundo. (Imagem: REUTERS/Beawiharta)

A inflação dos EUA em maio superou as estimativas, tanto no índice cheio quando no núcleo, e reforçou a expectativa de um Fomc mais agressivo na quarta-feira (15). 

A maior alta de preços em 40 anos levou o mercado a projetar mais três altas de 0,50 ponto percentual até setembro pelo Fomc.

O temor quanto ao aperto monetário levou os mercados acionários globais a caírem na sexta. As Bolsas seguiam o modo aversão ao risco nesta segunda (13).

Mas, afinal, por que o mercado reage dessa forma ao aumento dos juros?

O que acontece na economia dos EUA tem impacto no mundo inteiro, já que a moeda do país é usada no comércio exterior de todos os países, conforme lembra o chefe da área de investimentos do Daycoval, Mauro Rached.

“A taxa de juros nos EUA é parâmetro para a taxa livre de risco, aquela que em eu consigo remunerar meu dinheiro”, explica. “Quando essa taxa sobe, a tendência é que eu pegue mais dinheiro e aplique nessa taxa”.

A taxa dos EUA é usada para precificar todos os ativos do mundo, destaca. “Quando ela sobe, significa que eu estou trazendo a valor presente os fluxos de qualquer investimento uma taxa maior”.

“Se eu trago uma taxa maior para o presente, o fluxo fica menor. O valuation dos ativos cai”, explica o economista.

Inflação global

O Federal Reserve, o banco central dos EUA, sobe a taxa agora por causa do processo inflacionário global, advindo de uma série de processos, afirma Rached.

Um dos principais processos é a desorganização das cadeias produtivas, diz. “A gente tem ouvido muito que está faltando celular porque não tem chip. Não tem chip porque as cadeias produtivas, principalmente na Ásia, ficaram afetadas por conta da covid”.

Para o especialista do Daycoval, o processo inflacionário foi identificado nos EUA “talvez tardiamente”. “O Fed falava até metade do ano passado que a inflação era uma coisa mais temporária, mas o fato é que o processo se tornou claramente não temporário”.

A mudança de percepção, diz, levou o banco central americano a reduzir rapidamente os estímulos monetários, e a começar rapidamente o processo de subida de juros. “Como ficou pra trás nesse processo, o Fed está tendo que correr um atrás agora”.

*Com informações da Reuters

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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