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Bolsa em forte queda, juros e iene nas máximas: Por que a fala do presidente do Banco do Japão mexeu tanto com o mercado?  

01 dez 2025, 16:16 - atualizado em 01 dez 2025, 16:16
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(Imagem: REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

O mercado acionário do Japão começou dezembro com fortes oscilações: juros e iene nas máximas, bolsa em queda de quase 2%.  

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Durante a sessão desta segunda-feira (1º), os juros projetados do Título do Governo Japonês (JGB) de 10 anos, referência para o mercado, atingiu 1,875% na máxima do pregão. Já o rendimento do JGB de dois anos – o mais sensível à taxa de juros – ganhou 2 pontos-base, para 1,01%, nível mais alto desde junho de 2008. 

O iene também subiu 0,4% e e atingiu a máxima da sessão, de 155,49 por dólar, após os comentários de Ueda. Também em reação, o DXY, que compara a moeda norte-americana com uma cesta de seis divisas fortes, entre elas o iene, bateu mínima a 99,009 pontos (-0,45%).  

O principal índice da bolsa japonesa, o Nikkei, fechou em queda de 1,89%, aos 49.303,28 pontos.  

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Dessa vez, a política monetária foi o gatilho para as fortes movimentações. Mais cedo, o presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, disse que considerará “os prós e contras” de aumentar a taxa de juros na próxima decisão, em dezembro.  

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“Examinaremos e discutiremos os acontecimentos econômicos e de preços no país e no exterior, bem como os movimentos do mercado e consideraremos os prós e contras de aumentar a taxa de juros”, disse Ueda em discurso para líderes empresariais na cidade de Nagoya.  

“O Banco do Japão está no estágio em que deve examinar se o comportamento ativo de definição de salários pelas empresas continuará”, o que é fundamental para saber quando aumentará a taxa de juros, acrescentou o presidente do BoJ.  

Segundo ele, a escassez de mão de obra está mais aguda, o lucro das empresas continua alto e o principal lobby empresarial pediu aos membros que continuem aumentando os salários, disse. 

Ueda ainda afirmou que o banco central está “coletando ativamente” dados sobre as perspectivas salariais antes da próxima decisão de política monetária.  

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Por outro lado, o dirigente expressou confiança de que a economia do Japão se recuperará de uma contração no terceiro trimestre, com o impacto das tarifas dos Estados Unidos sendo menor do que o inicialmente temido. 

Com as preocupações sobre as tarifas diminuindo, a probabilidade de que as projeções econômicas e de preços do BoJ sejam cumpridas está aumentando, disse Ueda, sinalizando que as condições para um aumento dos juros estão se encaixando. 

Após os comentários, o mercado passou a precificar cerca de 80% de chance do BC japonês elevar os juros na próxima reunião – prevista para os dias 18 e 19. Na semana passada, a probabilidade era de 60%.  

“Ueda basicamente pré-anunciou um aumento em dezembro”, disse Naomi Muguruma, estrategista-chefe de títulos da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities. “Com um aumento em dezembro praticamente garantido, ficar parado causaria uma enorme turbulência no mercado.” 

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O Deutsche Bank, por sua vez, relembrou que, em 2022, aconteceu uma situação semelhante, o que “assustou um pouco o mercado”. “Na reunião de 2022, pouco antes do Natal, o BoJ elevou seu limite para os títulos do governo japonês de 10 anos de 0,25% para 0,50%”, disse o banco, em nota

Juros no Japão 

No ano passado, o Banco do Japão saiu de um programa de estímulo econômico – que durou uma década – e elevou sua taxa de juros para 0,5% em janeiro, considerando que a inflação estava prestes a atingir sua meta de 2% de forma sustentável.

Embora o banco tenha mantido os juros desde então, um número cada vez maior de membros da diretoria propôs um aumento, já que os preços altos dos alimentos mantêm a inflação ao consumidor acima de 2% por mais de três anos. 

Uma pesquisa da Reuters no mês passado mostrou que uma pequena maioria dos economistas espera um aumento da taxa em dezembro. Todos projetam alta para 0,75% até março. 

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*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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