Saúde

Bolsonaro diz que pressa por vacina “não se justifica”

20 dez 2020, 11:41 - atualizado em 20 dez 2020, 11:41
Jair Bolsonaro
(Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em vídeo publicado neste sábado, que a pressa por uma vacina contra a Covid-19 não se justifica e voltou a afirmar que a pandemia está no fim, na mesma semana em que o Brasil bateu novo recorde diário de novos casos e passou de 186 mil mortos pela doença.

“A pandemia realmente está chegando ao fim, os números têm mostrado isso, estamos com pequena ascensão agora, chama-se pequeno repique, que pode acontecer, mas a pressa da vacina não se justifica porque você mexe com a vida das pessoas”, disse Bolsonaro em entrevista ao filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

“Você vai inocular algo e você, seu sistema imunológico, pode reagir de forma ainda de forma imprevista e você não pode, sem que passe pela Anvisa, sem que tenha certificação, que você bote a vacina no mercado”, acrescentou.

Enquanto países como Reino Unido e Estados Unidos já começaram a vacinar suas populações, o Brasil ainda não tem nenhuma vacina sequer com pedido de uso emergencial apresentado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou na quinta-feira que o país pode ter 24,5 milhões de doses de vacinas para iniciar a imunização em janeiro, dependendo das aprovações regulatórias.

Bolsonaro, que já afirmou diversas vezes que não vai tomar a vacina contra a Covid-19, disse, no entanto, que qualquer vacina que for autorizada pela Anvisa será comprada pelo governo e distribuída para todo o país.

“Alguns estão afoitos para tomar, querem se imunizar, mas, às vezes, um pouco mais de paciência, acho que a prudência é importante”, afirmou.

Neste sábado, o Brasil superou a marca de 186 mil mortes pela Covid-19, no momento em que enfrenta uma aceleração dos casos diante da queda da adesão ao isolamento social e até mesmo do uso da máscara.

Na quarta-feira, o Brasil bateu um novo recorde diário de novos casos, com mais de 70 mil infecções.

reuters@moneytimes.com.br