Bradesco (BBDC4): Após disparar quase 40%, fôlego acabou? Safra vê nova pernada de alta; veja potencial

O Bradesco (BBDC4) é, sem dúvidas, uma das ações ganhadores em 2025. Após trimestre tenebrosos, o banco dá pinta de que caminha para normalidade.
No segundo trimestre, o banco lucrou R$ 6,1 bilhões, alta expressiva de 29%. A rentabilidade também subiu, assim como as margens. O melhor de tudo é que o BBDC4 conseguiu manter a inadimplência controlada.
Mesmo assim, a ação pouco reagia. Por volta das 15h, o papel caia 1,09%, em dia ruim para o Ibovespa.
Os analistas dizem que apesar de ter vindo acima da expectativa, o mercado esperava bons números. Ou seja, a melhora já estava no preço.
Agora, investidores se perguntam se a ação chegou ao topo, após disparar 40% no ano.
Entre os analistas, um dos mais otimistas é o Safra, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 21, potencial de alta de 34%.
Bons números do Bradesco
Segundo a Genial, o desempenho foi puxado pelo avanço consistente das receitas, que seguem como principal alavanca da retomada da lucratividade.
Já a margem com cliente (NII) atingiu patamar recorde, puxado por maior volume de crédito e melhor mix da carteira, enquanto a receita com serviços foi beneficiada pelo bom desempenho em mercado de capitais.
A unidade de seguros, por sua vez, manteve trajetória sólida, segundo a casa, com crescimento relevante nos prêmios ganhos e melhora no índice de sinistralidade.
No lado da qualidade dos ativos de crédito, o banco até teve aumento de 6,5% no trimestre e 11,7% no ano nas provisões para perdas de crédito.
Porém, o CEO, Marcelo Noronha, ressaltou que são efeitos não recorrentes, frutos da consolidação do banco John Deere.
Isso não foi uma preocupação para analistas.
O Itaú BBA também destacou as receitas com serviços, com alta de 6%, impulsionadas por cartões, gestão de ativos e mercado de capitais.
Cereja do bolo: Alta do guidance
Junto com o resultado, o Bradesco revisou o seu guidance (projeções). O banco espera crescimento da receita de serviços entre 5% e 9%, superior à projeção anterior de 4% a 8%.
O resultado das operações de seguros, previdência e capitalização, por sua vez, deve subir 9% a 13%, versus 6% a 10% anteriormente.
Nos cálculos do BBA, a revisão para cima da projeção para receitas de serviços e seguros implica um aumento de aproximadamente 3% nas estimativas de lucro para o ano fiscal de 2025.
“No geral, foi um trimestre sólido; a recuperação está no caminho certo”, completou a casa.
Dá para subir mais?
Mesmo não recomendando compra em Bradesco, o BTG diz que o banco possui tendências favoráveis.
“Assumindo que a macro não se torne muito negativa, o que não acreditamos ser o caso, acreditamos que as ações podem continuar apresentando bom desempenho, principalmente em relação ao SANB11 e BBAS3, onde as tendências parecem menos favoráveis”.
Ainda segundo os analistas, no geral, o segundo trimestre, pode, realmente, ser o início de um bom filme.
Apesar disso, a equipe ainda é cética sobre “onde esse filme vai a partir daí”.
“No final das contas, o Bradesco tem sido atrasado em sua transformação digital em comparação ao seu principal concorrente, o Itaú”.
O BTG também questiona quanto ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) excedente pode realmente ser gerado por meio de programas de crédito apoiados pelo governo, como o FGI e outros.
Na conferência, o CEO disse que o Bradesco vai acelerar a concessão de crédito consignado, após não ter entrado de cabeça na modalidade em primeiro momento.
A recomendação do BTG é neutra, com preço-alvo de R$ 16.
Já o Safra diz que os resultados divulgados reforçaram a visão de que o momento positivo para o Bradesco não deve se reverter no curto prazo, “com o banco conseguindo manter números sólidos de NII (margem financeira) e tendências decentes de qualidade de ativos”.
A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 21, potencial de alta de 34%.
Para Bank of América, a ação pode mais, à medida que a lucratividade continua a se normalizar em direção aos níveis históricos.
O preço-alvo é de R$ 17.