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Bradesco (BBDC4) está descontado, diz Inter; vale comprar a ação agora?

10 jan 2023, 14:15 - atualizado em 10 jan 2023, 14:15
Bradesco
O Inter ajustou as perspectivas para o Bradesco, levando em conta os riscos da tese (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

O setor bancário dividiu opiniões na temporada de resultados do terceiro trimestre. Enquanto Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4) entregaram mais uma leva de números bem recebidos pelo mercado, Santander Brasil (SANB11) e Bradesco (BBDC4) despontaram como os destaques negativos do setor no período.

O Bradesco, especialmente, surpreendeu pela queda de mais de 20% no lucro líquido recorrente, a R$ 5,2 bilhões, e enfrentou uma fuga de investidores e analistas que recomendam a compra da ação em pregão pós-divulgação de balanço.

De acordo com o Inter Research, os resultados do Bradesco mostraram tendências negativas na qualidade de crédito, que se mostrou pior que a de pares privados.

A instituição acrescenta que, em linhas importantes do resultado, como o resultado com tesouraria, o indicador ainda é negativo e tem previsão de melhora só ao fim de 2023.

Por isso, o Inter ajustou as perspectivas para o Bradesco, levando em conta os riscos da tese, e chegou a um preço-alvo menor de R$ 21 em 2023 (contra R$ 25 anteriormente).

“Seu ROAE (retorno sobre o patrimônio líquido médio) no terceiro trimestre de 2022 foi de 13,5%, menor nível dos últimos 10 anos ex-Covid, aliado a uma inadimplência ainda em ascensão em um cenário de pressão na qualidade de crédito na pessoa física, e reforça que o Bradesco pode continuar ‘perfomando’ mal nos próximos resultados”, afirma Matheus Amaral, em relatório publicado nesta segunda-feira (9).

Desconto não compensa

O Inter avalia que as ações do Bradesco estão com desconto, negociando a 0,9 vez seu valor patrimonial esperada para 2023 e a 6 vezes lucros esperados para o ano. Ainda assim, a recomendação não é de compra.

“Não enxergamos como uma boa oportunidade de compra, haja vista que a situação de recuperação na solidez do balanço e resultados no curto prazo ainda não é clara”, explica Amaral.

O analista reforça que os problemas vistos no terceiro trimestre vão voltar nos próximos resultados.

“O problema para o Bradesco tem sido o perfil dos clientes, que possuem menor renda se comparado a players como o Itaú, além da maior exposição que os pares no segmento de PME (pequenas e médias empresas). Com isso, em um cenário macro mais desafiador, o Bradesco acaba sentindo mais os efeitos da inadimplência, o que gera maior custo de risco”, lembra.

Para o Inter, o Itaú é uma opção melhor, uma vez que apresentou melhor qualidade de crédito e resultados e é negociado a 8 vezes lucros esperados para 2023 (o setor em geral está com desconto).

O Inter ajustou suas expectativas de lucratividade para o Bradesco, passando a projetar lucro líquido de R$ 27,7 bilhões em 2023 com ROAE de 16,4%. A partir do próximo ano, o indicador deve seguir em recuperação gradual, passando a 16,7% em 2024 e melhorando no médio prazo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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