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Bradesco (BBDC4): Lucro tomba 76% e vai a R$ 1,6 bi no 4T22, abaixo das expectativas

09 fev 2023, 18:50 - atualizado em 10 fev 2023, 1:57
Bradesco Leilão Imóveis
Bradesco divulga resultado fortemente impactado pela Americanas (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

O Bradesco (BBDC4) reportou lucro líquido recorrente de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2022, tombo de 76%, segundo relatório divulgado ao mercado nesta quinta-feira (9).

A cifra ficou bem abaixo do esperado pelo consenso do mercado compilado pela Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 5,4 bilhões.

De acordo com o Einar Riveiro, do TradeMap, esse é o pior resultado trimestral do banco desde o terceiro trimestre de 2006, quando teve R$ 219 milhões de lucro.

Em relação ao terceiro trimestre, a queda foi de 70%. Além disso, o bancão encerrou 2022 com lucro de R$ 20,7 bilhões, uma redução de 21,1% em relação a 2021.

“Houve aumento rápido e relevante da inflação, com aumento das taxas de juros maior que o inicialmente antecipado, impactos no ciclo de crédito e um ambiente global de grande instabilidade política e econômica. Esse cenário causou impacto importante em nossos resultados”, diz.

O retorno sobre capital médio (ROAE) também caiu forte, indo a 13% no ano, queda de 5 pontos percentuais. No quarto trimestre, o ROE ficou em 3,9%, enquanto o consenso do mercado esperava 11%.

Caso Americanas e Bradesco

Sem citar nominalmente a Americanas (AMER3), o banco decidiu provisionar 100% da exposição na empresa. Ao todo, a varejista possui uma dívida de R$ 4,8 bilhões com o Bradesco.

“O aumento da PDD (provisão para devedores duvidosos) no trimestre reflete as condições do cenário econômico, que influenciaram o ciclo de crédito (principalmente massificado) e o aumento da inadimplência e, também, o impacto de um cliente large corporate”, coloca.

Dessa forma, o Bradesco segue o que o Itaú (ITUB4) fez em seu balanço divulgado na terça ao ‘limpar’, já agora, o rombo da varejista.

Ao todo, a provisão expandida disparou 114% ante o mesmo período do ano passado.

A provisão total sobre a carteira atingiu 8,8%, aumento de 14,7% na provisão total. Desconsiderando o impacto da Americanas, o aumento seria de 5,9%, ainda superior ao crescimento de 1,8% da carteira Bacen.

Inadimplência

O índice de inadimplência de 90 dias ficou 0,4 ponto percentual acima do terceiro trimestre e 1,5 ponto percentual no ano. Abaixo de 60 dias, o índice teve alta de 0,6 ponto percentual no trimestre e 1,8 ponto percentual no ano.

“Nossa inadimplência está concentrada no portfólio massificado de Pessoas Físicas, Micro e Pequenas Empresas,
segmentos que naturalmente sofrem mais em cenários adversos de inflação e juros altos, contexto este que foi
fortemente agravado pela pandemia e que tem se estendido”, explica o Bradesco.

Já a receita de prestação de serviços subiu 4,4% no trimestre, alcançando R$ 9,3 bilhões.

A margem com clientes evoluiu 22% no acumulado, impulsionada pelo crescimento de operações de crédito, melhora do mix de produtos e aumento na margem de passivos.

A carteira de crédito de pessoas físicas teve alta 2,4%, enquanto a de pessoas jurídicas (empresas) teve alta de 0,9%.

Guidance

O Bradesco também soltou suas projeções para 2023, informando que a provisão para devedores duvidosos (PDD) deve ficar entre R$ 36,5 bilhões e R$ 39,5 bilhões neste ano.

As cifras representam um aumento de 13% e 22%, respectivamente, sobre a PDD expandida de R$ 32,3 bilhões reportada em 2022.

O banco também espera um crescimento da carteira de crédito expandida entre 6,5% e 9,5% neste ano.

Veja o resultado:

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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