Bradesco (BBDC4) terá o trimestre da virada? Veja o que esperar do balanço do 1T25

O Bradesco (BBDC4) divulgará os seus resultados do primeiro trimestre de 2025 na próxima quarta-feira (5) e a expectativa do investidor é que o banco consiga engatilhar a sua melhora.
No segundo trimestre de 2024, foi o que aconteceu, com ação disparando logo após as cifras. Porém, a piora do cenário macro jogou ‘água’ na recuperação e ação voltou a desandar.
Seria o 1T25 o trimestre da virada? Segundo os analistas, ainda não. Para a Genial, o banco de Osasco divulgará uma melhora no lucro miúda de 0,3 ponto percentual no trimestre e de 28,7% no ano.
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Os analistas dizem que o trimestre tende a ser sazonalmente mais fraco, o que limita avanços sequenciais mais significativos — “estimamos um ROE (retorno de patrimônio líquido) de 13,4%, ainda abaixo do custo de capital da instituição”.
A casa lembra que o banco segue avançando em sua reestruturação, com fechamento de agências, foco na segmentação do público de alta renda, digitalização do segmento massificado e busca por maior eficiência operacional.
“A estratégia continua voltada à melhoria da rentabilidade, mesmo que isso implique em um crescimento mais contido da carteira de crédito ao longo de 2025”.
Ainda assim, o cenário macroeconômico segue desafiador, dizem.
“Juros elevados, deterioração no comprometimento da renda das famílias e riscos crescentes de inadimplência continuam pressionando uma melhora mais rápida dos resultados, o que deve atrasar uma recuperação mais robusta de rentabilidade”.
Dessa forma, a Genial afirma que 2025 será mais um ano de ajustes e consolidação da reestruturação, com ganhos graduais de rentabilidade.
“Acreditamos que uma recuperação mais sólida do ROE só deve se materializar em 2026, quando o banco poderá, enfim, superar seu custo de capital de forma sustentável, ao menos em alguns trimestres”.
Outros números do Bradesco
Para a XP, o trimestre será levemente positivo para o Bradesco.
“O bom desempenho observado no fim de 2024 deve se manter, principalmente nos segmentos de pequenas e médias empresas e pessoa física”.
Já grandes empresas devem seguir mais fracas, com desaceleração no ritmo de crescimento.
A margem financeira (NII) com clientes deve crescer dois dígitos, impulsionado por menor custo de funding.
Por outro lado, o NII de mercado tende a ser prejudicado pelos juros mais altos.
“Apesar da sazonalidade negativa típica do 1T, o melhor resultado em seguros deve compensar parcialmente”.
Provisões também devem seguir sob controle e custo de risco deve permanecer estável.
“Apesar do cenário macro menos favorável poder atrasar o turnaround, seguimos construtivos com a trajetória de recuperação gradual do ROE”.