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Bradesco (BBDC4): Trimestre ‘muito difícil’ e ano ‘desafiador’; é hora de comprar a ação?

02 maio 2024, 14:25 - atualizado em 02 maio 2024, 14:25
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O Bradesco reportou um lucro líquido recorrente de R$ 4,211 bilhões no 1T24, e os analistas repercutem a ação (Imagem: REUTERS)

Para os analistas do mercado, o Bradesco (BBDC4) teve um primeiro trimestre (1T24) ‘muito difícil’. O bancão registrou lucro líquido recorrente de R$ 4,211 bilhões, de acordo com o balanço divulgado nesta quinta-feira (2).

O resultado foi favorecido por um custo do crédito 17,9% menor, mas com contrapartida equivalente na margem financeira — que recuou 9% no período.

Rafael Reis, analista do BB Investimentos, destaca que a produção baixa sobre a carteira de crédito média evidencia o predomínio maior das safras de menor spread. “Os bancos costumam compensar uma carteira de mix mais conservador na volumetria, mas não é o que acontece no caso do Bradesco, já que a carteira de crédito classificada de fato encolhe, enquanto no conceito expandido avança apenas 1,2%”, explica.

“Temos a combinação de uma carteira de crédito que não cresce, aliado a um mix pouco rentável, o que explica boa parte do mau momento do banco”, ressalta.

O analista ressalta ainda que o resultado é um primeiro capítulo da reestruturação estratégica. “Poucos indícios de melhoras mais contundentes são notados, e os principais detratores do resultado fraco ainda são nítidos”, diz.

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Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, da XP Investimentos, apontam que, embora os resultados pareçam fracos, uma visão mais otimista não foi descartada.

A qualidade da carteira de crédito foi o destaque positivo em todos os segmentos. O NPL acima de 90 dias caiu 30 pontos-base e encerrou o trimestre em 4,8%, enquanto a PDD ampliada (provisão) caiu 17,9% e foi a R$ 7,8 bilhões.

O BTG Pactual, em relatório assinado por Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Bruno Lima e Thiago Paura, diz que, além do trimestre pressionado, a companhia ainda vai enfrentar um ano ‘desafiador’ em 2024.

“Dada a abordagem de aversão ao risco adotada ao longo dos últimos 12-18 meses, a margem financeira começará o ano diminuindo, intensificando a urgência de acelerar a originação de empréstimos em linhas de maior risco ao longo dos próximos trimestres”, afirmam.

É hora de comprar as ações do Bradesco?

BTG, XP e BB Investimentos seguem cautelosos em relação às ações do Bradesco.

“Após a recuperação de 8% na última semana, o BBDC4 agora é negociado a 1,1x o valor patrimonial de 2023, o que acreditamos ser pouco atraente em um cenário em que o ROE médio provavelmente permanecerá abaixo do custo de capital do acionista por mais alguns anos”, dizem os analistas do BTG.

O banco reiterou a sua recomendação de neutra para BBDC4, a um preço-alvo de R$ 16. Para a XP e o BB, a indicação também é neutra.

O BB Investimentos aponta que, ao incorporar os números do 1T24 ao valuation, a ação ganha um potencial de valorização de 14,3% com base no preço atual. O novo alvo é em R$ 16.

“Salientamos que este preço-alvo deriva da projeção de eventual retorno da capacidade operacional do Bradesco a índices históricos, ou seja, não contempla deterioração ou manutenção do mau momento atual por período prolongado”, diz Rafael Reis.

Estagiária
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
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