Mercados

Bradesco (BBDC4) vai disparar? Ação salta em NY após ‘bater’ o mercado

07 maio 2025, 20:47 - atualizado em 08 maio 2025, 10:21
Bradesco
No after-market de Nova York, as ADRs do banco chegaram a saltar 5% (Imagem: iStock.com/Alfribeiro)

O resultado do Bradesco (BBDC4) é sempre olhado com lupa por investidores que esperam ansiosos por sua recuperação, após um longo inverno de números ruins. E ao que parece, no primeiro trimestre o banco fez a sua lição de casa, que já se refletiu na bolsa.

No after-market de Nova York, as ADRs do banco chegaram a saltar 5%, após fecharem em queda de 3%. Por volta das 19h30, a alta era de 3%.

Analistas, em geral, não esperavam grandes números. Isso porque a primeira etapa do ano é, sazonalmente, mais fraca. Há menos dias úteis, quando as agências efetivamente funcionam, enquanto os consumidores estão mais endividados.

  • Quais são as top “Money Picks” para este mês? O Money Times ouviu analistas de toda a Faria Lima para descobrir; veja aqui o resultado 

Mesmo assim, houve melhora nas principais linhas. A carteira de crédito expandida ultrapassou o R$ 1 trilhão, alta de 12% no ano e 2,4% no trimestre, com expansão de 16% na carteira de pessoas físicas e 10% na de pessoas jurídicas (empresas).

A receita atingiu R$ 32,3 bilhões, alta de 15,3%, impulsionada por forte crescimento dos três principais componentes: margem financeira total, receitas com serviços e seguros.

Já a inadimplência e os gastos com PDD, reserva de capital que bancos fazem para lidar com calotes, se mantiveram controlados.

Com tudo isso, o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) mostrou evolução e subiu 4,2 pontos percentuais no ano e 2,4 pp no trimestre, rompendo a casa dos 13% e indo a 14,4%, quando a maioria das casas esperava estabilidade. A Genial projetava ROE em 13,4% e a XP 13%.

A receita com serviços do Bradesco totalizou R$ 9,77 bilhões, contra expectativa de R$ 9,6 bi da casa.

Por fim, o lucro recorrente de R$ 5,9 bilhões ficou R$ 600 milhões acima do esperado, ou 5,3%.

Bradesco: Recuperação pausada

No ano passado, o segundo trimestre do Bradesco foi suficiente para impulsionar a ação, com alta de 30%. Tudo levava a crer que o banco teria um ano de brilhar os olhos.

No entanto, a perspectiva de juros mais altos jogou água na recuperação, com a Selic indo a 14,75%, o maior patamar desde o período da presidente Dilma Rousseff.

A ação voltou a cair, mas se recuperou neste ano, com alta de 20%. Porém, o patamar de R$ 13 ainda está abaixo da máxima do ano passado.

Em março, executivos do banco se reuniram com analistas para dar mais clareza a investidores sobre os gatilhos de crescimento. Em relatório, o Safra diz que a instituição citou três avenidas. São elas:

  1. direção macroeconômica;
  2. melhoria operacional consistente;
  3. e implementação do plano estratégico.

“Os executivos reforçaram a projeção para 2025 e ajudaram os investidores a entender os fatores que impulsionam o crescimento mais forte da receita implícito nas previsões do banco, especialmente um ambiente mais favorável para o repasse de spreads e a otimização do financiamento”.

Para 2025, o Bradesco prevê entregar resultados dentro do ponto médio da projeção (cerca de R$ 22,3 bilhões).

No guidance fornecido para o mercado, a principal dúvidas dos analistas é a Margem Financeira Líquida (NII), que precisaria crescer em torno de dois dígitos médios para atingir o ponto médio da NII pós-provisão.

O Bradesco também reforçou que inadimplência tem sido controlada, e o custo de risco deve permanecer em torno de 3% no ano.

No segmento de pequenas e médias empresas (PMEs), mais arriscado, ajustes de exposição estão em andamento, indicando que o banco já vinha adotando uma postura mais cautelosa nesse setor e agora vê um cenário um pouco mais desafiador para o segmento de mercado médio em 2025.

Compartilhar

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.