Bradesco (BBDC4) vira a chave e salta em carteiras; BB (BBAS3) fica apagado e Itaú (ITUB4) brilha

Na recomendação de ações, um banco conquista a preferência de analistas. Trata-se do Bradesco (BBDC4), que passa por melhora de resultados após um longo inverno que se arrastou de 2021 a 2023.
De acordo com levantamento do Money Times com 18 analistas, o Bradesco saltou de duas indicações em setembro para seis recomendações em outubro.
O Safra foi um dos bancos que aumentaram a aposta no banco de Osasco.
De acordo com os analistas, o Bradesco deverá continuar com a melhora de rentabilidade — principal indutor dos resultados da ação nos últimos tempos —, o que, adicionado ao desconto de P/L (preço sobre o lucro) de 13,5% em relação ao principal concorrente, com dividendos similares, “nos deixa confortáveis com a alocação”.
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A Toro também foi outra casa que colocou o BBDC para dentro. Os analistas o elegeram como Top Pick (preferência) entre os grandes bancos, apresentando também o preço-alvo de R$ 24.
“Em nossa visão, os resultados do segundo trimestre confirmaram que o banco está no caminho para atingir um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) acima do seu custo de capital próprio (Ke) em 2025.”
O banco reportou lucro de R$ 6,07 bilhões, alta de 28,6%, no melhor segundo trimestre desde 2021. O mercado já precificava melhora — as ações subiram quase 40% no ano —, mas os números confirmaram a retomada.
A margem com clientes (NII, do inglês Net Interest Income) atingiu recorde, puxada por maior volume de crédito e melhor mix da carteira. As receitas de serviços também avançaram com cartões, gestão de ativos e mercado de capitais.
“Embora esperemos apenas um crescimento modesto do lucro líquido no 2º semestre de 2025, prevemos outro aumento na qualidade e na lucratividade para 2026”, afirmam.
A Toro cita ainda quatro fatores que sustentam o seu otimismo:
- o Bradesco está no caminho certo para superar o guidance de lucro líquido (projetamos R$ 24,7 bilhões em 2025, 5,5% acima do ponto médio de R$ 23,4 bilhões indicado pelo guidance original do Bradesco);
- a queda da taxa Selic é mais benéfica para o Bradesco do que para outros bancos;
- o Plano de Transformação está sendo executado em ritmo acelerado — a partir de 2026, espera-se alavancagem operacional contínua e sinergias de custos;
- o ROE pode atingir 15% até o fim do quarto trimestre e 16,6% até o fim de 2026.
Banco do Brasil em queda
Se o Bradesco cresceu sua fatia no bolo de indicações, o Banco do Brasil (BBAS3) diminuiu consideravelmente o número de recomendações, recebendo apenas duas.
O banco passa por questionamentos do mercado, em meio a resultados pressionados pela inadimplência do agronegócio.
A Planner foi uma das corretoras que resolveram dar uma segunda chance às ações. De acordo com os analistas, potencializado pela menor alta de suas ações em relação aos seus pares, o BB continua sendo negociado abaixo de seus concorrentes diretos, com P/L de 5,1x para 2025 e P/VPA (preço sobre o valor patrimonial) atual de 0,7x.
Itaú continua na liderança
Entre o restante dos bancões, o Itaú (ITUB4) continua liderando.
Mesmo após alta de 35% no ano, o Itaú segue entre as preferidas.
No Investor Day, o banco reforçou o plano de migrar 75% dos clientes para canais digitais (hoje são 15%), o que deve aumentar a eficiência e reduzir o índice de custo/receita do varejo de 40% para 30% em cinco anos.
A meta é dobrar a carteira de empréstimos de varejo até 2030, com um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de cerca de 15%.