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Bradesco BBI faz novo alerta para BB (BBAS3) — e sobrou até para BB Seguridade (BBSE3)

02 ago 2025, 15:59 - atualizado em 02 ago 2025, 15:59
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Segundo os analistas Marcelo Mizrahi e Renato Chanes, o índice de inadimplência pode continuar a se deteriorar (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Antes mesmo dos dados do Banco Central que derrubaram as ações do Banco do Brasil, o Bradesco BBI já havia alertado para cifras fracas e preocupantes para o BBAS3 — inclusive em relação à sua subsidiária de seguros, a BB Seguridade (BBSE3).

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Segundo os analistas, as informações divulgadas pelo BC apontam para uma deterioração ainda mais significativa da qualidade dos ativos rurais.

“Destacamos que a qualidade dos ativos rurais atingiu o nível mais baixo de todos os tempos, com 3,5% de inadimplência em 90 dias e 2,9% de inadimplência antecipada (15 a 90 dias)”, escreveram.

Enquanto isso, o crescimento anual do segmento vem desacelerando de forma constante desde o início de 2023 devido à piora da economia, que esgarça a capacidade de pagamento dos produtores.

Como resultado, o BBI atualizou suas estimativas para a BB Seguridade, incorporando um crescimento mais fraco para o Banco do Brasil e uma expansão menor dos prêmios em 2026.

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O preço-alvo para BBAS3 foi cortado para R$ 21, e para BBSE3, para R$ 39. Ambas as ações mantêm recomendação neutra.

Banco do Brasil: ainda pode piorar

Segundo os analistas Marcelo Mizrahi e Renato Chanes, o índice de inadimplência pode continuar a se deteriorar.

Isso porque mais operações rurais do tipo bullet vencem nos próximos trimestres, e o período de reconhecimento contábil mais prolongado — decorrente da Resolução nº 4.966 do BC — atrasa a normalização dos indicadores.

“Esperamos que o índice total atinja 5,35% até o final de 2025 e 5,0% até o final de 2026, com pico de 5,8% no segundo trimestre de 2026.”

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Diante desse cenário, o BBI adotou uma abordagem mais conservadora para o Banco do Brasil.

“Projetamos uma cobertura de 100% da inadimplência gerada em 2025, aumentando para 115% a 120% em 2026, a fim de recompor o índice de cobertura total do banco.”

Agora, o BBI espera R$ 53 bilhões em provisões para 2025 (25% acima da estimativa anterior) e R$ 45 bilhões para 2026 (alta de 4,1%), ao mesmo tempo em que reduziu as projeções de crescimento da carteira de crédito: 5,7% em 2025 (ante 7,4%) e 4,5% em 2026 (ante 7,7%).

Além disso, o banco projeta margens financeiras levemente menores para ambos os anos, o que levou a novas estimativas de lucro líquido: R$ 23 bilhões em 2025 (16% abaixo do consenso) e R$ 27,4 bilhões em 2026 (13% abaixo do consenso).

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Por fim, o BBI também reduziu o índice de payout (parte do lucro distribuída aos acionistas) de 40% para 30%, com a justificativa de que o banco deve adotar uma postura mais conservadora em relação ao capital durante o período de pressão nos resultados.

Atualmente, o payout do BB está em 40%.

BB Seguridade: impacto em duas frentes

O pessimismo com o Banco do Brasil também atingiu a BB Seguridade, que pode ser afetada em duas frentes principais:

  1. A desaceleração das atividades levaria a menores receitas de corretagem, cujas estimativas foram reduzidas em 2% para 2025 e 6% para 2026.
  2. O menor crescimento dos prêmios emitidos pela Brasilseg em 2025 (queda de 5%) deve impactar o crescimento dos prêmios ganhos em 2026 — devido ao efeito de carregamento —, o que levou a uma revisão de 4% para baixo na contribuição da Brasilseg no ano.

Por fim, o Bradesco BBI também revisou para baixo as projeções de resultado financeiro da seguradora para 2026, à medida que incorporou uma Selic mais baixa ao modelo.

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Com isso, o banco ajustou suas estimativas de lucro líquido para R$ 8,8 bilhões em 2025 (alta de 1% em relação à projeção anterior) e R$ 8,9 bilhões em 2026 (queda de 4%), valores que estão em linha com o consenso para 2025, mas 4% abaixo para 2026.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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