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Brasil deve aumentar área de soja em 3% na nova safra apesar de custos elevados

29 jun 2022, 13:54 - atualizado em 29 jun 2022, 13:54
Soja
A projeção preliminar dos especialistas aponta para uma safra histórica de 147,9 milhões de toneladas (Imagem: Pixabay)

Os agricultores do Brasil, maior produtor e exportador de soja no mundo, devem ampliar a área de plantio da oleaginosa em torno de 3% na safra 2022/23, que começa a ser semeada a partir de setembro, diante da expectativa de rentabilidade ainda positiva, mesmo em um ambiente de custos mais elevados.

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Levantamento realizado pela Reuters com oito analistas indica que a área semeada com soja pode atingir recorde de 42,2 milhões de hectares na nova temporada, abrindo caminho para elevações na produção do grão aliadas a um aumento potencial de produtividade.

Com isso, a projeção preliminar dos especialistas aponta para uma safra histórica de 147,9 milhões de toneladas, mas nas perspectivas mais otimistas há quem veja possibilidade de a produção superar 150 milhões (veja tabela abaixo).

“O cenário positivo das margens operacionais para a safra 2022/23 levará a um aumento da área plantada de soja. Apesar da alta dos principais insumos agrícolas, o cenário ainda incentivará o produtor a aumentar a área”, disse a analista do Rabobank Brasil Marcela Marini.

A analista da consultoria AgRural Daniele Siqueira afirmou que os custos mais altos limitam o avanço da área, mas não o impedem.

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Para ela, a rentabilidade da cultura não será tão alta quanto a da safra 21/22, mas ainda assim faz sentido para o produtor.

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A rentabilidade da cultura não será tão alta quanto a da safra 21/22, mas ainda assim faz sentido para o produtor (Imagem: Pixabay)

No ciclo 2021/22, considerando o médio-norte de Mato Grosso, que teve uma boa safra, a projeção é de uma rentabilidade histórica de 130% sobre o custo operacional de produção para proprietários da terra, segundo a AgRural.

Para a nova safra, Siqueira acredita que a rentabilidade pode ficar pela metade do registrado em 2021/22.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou sanções contra os russos e seu aliado Belarus dois dos principais fornecedores globais de fertilizantes, elevou as despesas com adubos, insumo que o Brasil importa cerca de 85% do que consome.

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Os produtos continuam chegando ao Brasil, com agricultores em uma corrida para garantir a oferta que será utilizada no plantio de 2022/23, mas a preços muito maiores.

Dados do governo federal mostram que, nas três primeiras semanas deste mês, a média de preços para os fertilizantes químicos adquiridos no período foi de 772,4 dólares por tonelada, contra 324 dólares em junho do ano passado.

Soma-se a isso o gargalo logístico intensificado pelas restrições contra a Covid-19 na China que onera as despesas do setor agrícola e torna mais morosa a chegada de defensivos no Brasil.

Neste contexto, a AgResource Brasil, subsidiária da empresa norte-americana AgResource Company, disse que ainda está apreensiva em suas projeções para a safra brasileira, mas se sua estimativa de 144,82 milhões de toneladas se confirmar, o Brasil sozinho responderá por 72,41% da estimativa que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, ma sigla em inglês) vê para a produção sul-americana, de 200 milhões de toneladas.

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Os produtos continuam chegando ao Brasil, com agricultores em uma corrida para garantir a oferta que será utilizada no plantio de 2022/23 (Imagem: Pixabay)

“E (isso) será vital para o Brasil se consolidar ainda mais nas exportações de soja na próxima safra”, disse a consultoria.

O analista de Grãos e Proteína Animal da hEDGEpoint Global Markets, Pedro Schicchi, ressaltou, no entanto, que um contraponto para um crescimento forte de área no Brasil atualmente é a safra grande de soja nos EUA, esperada para o segundo semestre e que já pressiona as cotações futuras, após setembro.

“No entanto, o real desvalorizado compensa parte deste efeito, dando suporte para preços domésticos, mesmo que em dólares eles já não estejam tão altos após a colheita americana.”

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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