Tarifas do Trump

Brasil e EUA terão agenda de reuniões para negociar tarifas após “princípio auspicioso”, diz Vieira

17 out 2025, 10:06 - atualizado em 17 out 2025, 10:06
Mercosul e União Europeia
(Imagem: : Gustavo Magalhães/MRE)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou na quinta-feira que os governos de Brasil e Estados Unidos irão trabalhar em uma agenda de reuniões para negociações comerciais nas próximas semanas, acrescentando que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump devem se encontrar “em breve”.

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“Foi um princípio auspicioso de um processo negociador no qual trabalharemos para normalizar e abrir novos caminhos para as relações bilaterais”, disse o chanceler brasileiro em uma breve declaração à imprensa em Washington, depois do encontro com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

“Já estamos trabalhando na montagem de uma agenda de reuniões e manterei contatos diretos com o secretário Rubio nos próximos dias para monitorar o avanço e estabelecer prazos para novos encontros.”

De acordo com o próprio ministro, o encontro com Rubio, acertado na semana passada, teve duas partes, uma privada, de cerca de 20 minutos. A segunda, de aproximadamente 45 minutos, incluiu diplomatas brasileiros que acompanharam Vieira a Washington, o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, e o subsecretário de Defesa, Michael Jensen.

Um dos primeiros recados de Rubio e Vieira aos negociadores, ao deixarem a reunião privada, foi de que as questões políticas estarão restritas a ambos, sem contaminar as discussões comerciais, disse uma fonte diplomática. Temas como as sanções a autoridades brasileiras ou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro serão tratadas, se necessário, apenas entre os dois chanceleres.

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Vieira e Rubio têm números de contato um do outro desde 30 de julho, disse a fonte, e a intenção é manter o contato direto sempre que necessário.

Em sua fala depois do encontro, Vieira afirmou ainda que os dois presidentes devem se encontrar em breve.

“Está mantido o objetivo dos presidentes Lula e Trump de que se reúnam proximamente, mas isso ainda será definido pelas partes de acordo com as agendas dos presidentes”, explicou.

Questionado se esse encontro poderia acontecer em 10 dias, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, ele não descartou. “Se a agenda de ambos coincidir”, disse, ressaltando que depende das conversas entre as equipes da Casa Branca e do Palácio do Planalto.

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Não foi tratado na conversa, segundo a fonte ouvida pela Reuters, de especulações sobre datas. Um encontro na Malásia ainda está no radar, mas além da agenda, depende ainda de o que os dois presidentes terão para conversar ou anunciar em uma reunião direta. A intenção é começar em breve as negociações propriamente ditas, mas ainda não foram marcadas novas reuniões.

Logo depois do encontro, Vieira falou por telefone com o presidente Lula, e uma reunião presencial está marcada para esta sexta-feira, já em Brasília, para que o chanceler acerte os detalhes dos próximos passos das negociações.

Esta é a primeira reunião de Vieira e Rubio e as equipes técnicas depois do telefonema entre Lula e Trump na semana passada. A conversa entre os presidentes, depois de um rápido encontro nas Nações Unidas, serviu para quebrar o congelamento das relações entre os dois países desde que Trump saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e impôs tarifas de 50% a produtos brasileiros e sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal e do próprio governo.

Fontes ouvidas pela Reuters consideraram que essa primeira reunião foi, como disse Vieira, produtiva, mas não havia expectativas de avanços já nessa primeira conversa. A intenção, disse uma das fontes, era mapear o que pode começar a ser negociado.

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“Clima excelente de descontração e troca de ideias de uma forma muito clara, muito objetiva e muita disposição para traçar uma agenda bilateral de encontros para tratar de temas específicos de comércio”, ressaltou Vieira, que reiterou ter dito a Rubio que é preciso rever as medidas adotadas contra o Brasil.

Do lado brasileiro, a avaliação foi de que a instrução do governo norte-americano foi de “fazer as coisas acontecerem” e dar um encaminhamento real a negociações comerciais separadamente, o que ficou claro na reunião de quinta-feira. Não foram tratados temas específicos ainda, mas o governo brasileiro pediu que as tarifas aplicadas às exportações do país sejam retiradas, ainda que parcialmente, durante as negociações. O tema deve ser levado à Casa Branca.

Nos próximos dias deve ser acertado um cronograma inicial de reuniões de negociações, envolvendo equipes do Itamaraty, Ministério da Fazenda e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Mas a intenção é partir da base que havia sido negociada antes de julho, quando Trump decidiu aumentar as tarifas brasileiras para 50%. Entre os produtos afetados estão as carnes e o café, o que tem aumentado o custo para os consumidores norte-americanos.

 

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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