Brasil pode esperar por PIB ‘bem exuberante’ no 1T25, diz Mário Mesquita, do Itaú

O Brasil pode esperar por um Produto Interno Bruto (PIB) “bem exuberante” no primeiro trimestre de 2025 (1T25), diz o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita. O indicador será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30), às 9h (horário de Brasília).
O banco projeta que o PIB cresça 1,7% de janeiro a março deste ano. Já a mediana das projeções coletadas pelo Broadcast indica uma alta de 1,5% para a atividade.
Mesquita afirma que o agronegócio e o consumo de bens e serviços, impulsionado pela renda, devem ser os maiores contribuidores para a economia nesse período.
Em consumo, o destaque fica com o varejo, que deve apresentar um “bom desempenho” depois do recuo em dezembro de 2024. No último mês do ano passado, o volume de vendas no comércio varejista nacional caiu 0,1%.
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No entanto, o economista-chefe do Itaú diz que a atividade já começou o segundo trimestre do ano (2T25) mais fraca, puxada por setores sensíveis ao crédito.
A tendência, segundo a equipe do banco, é que essa desaceleração continue ao longo de 2025, com impulsos monetário e global negativos.
Do lado monetário, os juros devem seguir no patamar atual — de 14,75% ao ano — até, ao menos, o primeiro trimestre de 2026.
“A projeção que o Banco Central faz da inflação no horizonte relevante da política monetária é o que determina o que ele deve fazer [com a Selic]. Nós não achamos que a projeção vai estar no patamar consistente com quebra de juros antes do final do ano”, diz Mesquita.
Do lado global, o economista avalia que o impacto direto na economia brasileira das tarifas impostas nos Estados Unidos (EUA) por Donald Trump é pequeno. No entanto, os efeitos indiretos são relevantes: via desaceleração global e preços de commodities.
Por outro lado, ele destaca que a desaceleração global deve ser compensada pelo novo consignado privado, que pode acrescentar 0,6 ponto percentual (p.p.) no PIB neste e no próximo ano.
A projeção do Itaú para o PIB brasileiro é de uma alta de 2,2% em 2025 e de 1,5% em 2026.