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Brasil tem títulos mais atrativos da América Latina, diz Pimco

14 jun 2022, 12:39 - atualizado em 14 jun 2022, 12:39
Moeda, real
O fato de o Brasil ter começado a elevar as taxas de juros mais cedo do que a maioria das principais economias também ajuda a proteger os ativos domésticos da volatilidade externa e relacionada às eleições, afirmou (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Pramol Dhawan, da Pacific Investment Management Co., aposta nos títulos em moeda local do Brasil, pois avalia que oferecem a melhor relação risco-retorno na América Latina.

O responsável pela gestão de portfólios de mercados emergentes da Pimco, baseado em Nova York, disse em entrevista que planeja aumentar “gradualmente” a exposição de seus fundos à dívida brasileira.

O país, segundo ele, oferece uma combinação atraente de altos rendimentos e uma moeda que ainda é relativamente barata, apesar da valorização deste ano.

Dhawan disse que os ativos brasileiros vão se sair bem independentemente de quem vença as eleições presidenciais de outubro, porque o país continuará se beneficiando dos altos preços das commodities.

O fato de o Brasil ter começado a elevar as taxas de juros mais cedo do que a maioria das principais economias também ajuda a proteger os ativos domésticos da volatilidade externa e relacionada às eleições, afirmou.

“É altamente improvável que o nível das taxas reais e nominais esteja neste lugar em um ou dois anos”, disse Dhawan. “Um país com as métricas gerais de dívida e PIB do Brasil deve ter uma taxa real de 3,5% a 4%. Uma taxa real de 7% parece um prêmio de risco suficiente para subscrever o risco eleitoral.”

Os rendimentos dos títulos locais do Brasil têm saltado em meio à elevação da taxa Selic pelo Banco Central, que aumentou o juro de referência da mínima recorde de 2% para 12,75% desde março de 2021. O rendimento do título nominal em moeda local, a NTN-F, de 10 anos subiu mais de 220 pontos-base desde o início deste ano, atingindo 13%, o maior nível em seis anos.

Para Dhawan, os títulos soberanos em moeda local são mais atraentes do que os denominados em dólar, pois capturam melhor o ciclo de aperto monetário doméstico. Ele também gosta de dívidas locais vendidas por bancos brasileiros, citando “valuations atraentes” e fortes reservas de capital.

Assim como o Brasil, outros países da América Latina vêm elevando as taxas de juros há muito tempo, tornando a região um destino atraente para o estrangeiro, afirmou Dhawan. Os altos preços das commodities são apenas mais um motivo para os investidores de renda fixa buscarem títulos desses países, segundo ele.

“Você definitivamente tem que escolher seus casos”, disse ele. “Mas os fundamentos reais são particularmente atraentes para a região pela primeira vez em muito tempo.”

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