Internacional

Brasileiro diretor-geral da OMC deve anunciar saída antecipada

14 maio 2020, 8:10 - atualizado em 14 maio 2020, 8:10
Roberto Azevêdo
O brasileiro Roberto Azevêdo, de 62 anos, assumiu o cargo de diretor-geral da OMC em 2013 (Imagem: Reuters/Denis Balibouse)

O chefe da Organização Mundial do Comércio anunciará sua saída nesta quinta-feira, mais de um ano antes do final de seu mandato, disseram fontes com base em Genebra, em uma decisão inesperada no momento em que o mecanismo da agência para resolver disputas está paralisado.

O brasileiro Roberto Azevêdo, de 62 anos, assumiu o cargo de diretor-geral da OMC em 2013 e está em seu segundo mandato, que deveria ser concluído no final de agosto de 2021.

Ele convocou uma reunião virtual para informar membros nacionais nesta quinta-feira à tarde sobre sua decisão de sair antes, disseram as fontes.

A saída dele acontece em um momento importante para o órgão de 25 anos, que viu seu papel na resolução de disputas ser afetado depois que seu Conselho de Apelação foi paralisado em dezembro por uma decisão dos Estados Unidos de bloquear a indicação de juízes.

Os chefes das delegações dos 164 membros da OMC foram convocados para a reunião especial marcada para as 11h (horário de Brasília) para informá-los sobre “importantes questões administrativas da OMC”.

A OMC disse que fará um anúncio após a reunião, mas que não comentaria até lá.

OMC
A saída dele acontece em um momento importante para o órgão de 25 anos (Imagem: Reuters/Denis Balibouse)

A OMC, que tem o objetivo de determinar regras globais de comércio, não produziu nenhum grande acordo internacional desde que a abandonou a “Rodada de Doha” em 2015.

Seus membros estão negociando um acordo para reduzir subsídios à pesca buscando permitir uma retomada dos estoques de peixes, enquanto um grupo menor está discutindo um possível acordo sobre e-commerce. Entretanto, persistem importantes diferenças e os grupos estão longe de um consenso necessário para fechar ambos os acordos.

Alguns membros, destacadamente os EUA, Japão e União Europeia, pressionam por reformas mais fundamentais. Eles dizem que as regras comerciais globais precisam refletir novas realidades, como uma China mais forte, e lidar com problemas como subsídios estatais e transferências forçadas de tecnologia.

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