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Adeus Petrobras? Você pode investir na petrolífera mais “blindada” contra a crise do petróleo

10 mar 2020, 14:37 - atualizado em 10 mar 2020, 16:45
Petróleo
Esperança: setor de petróleo apanha, mas há empresas mais resistentes (Imagem: REUTERS/Christian Hartmann)

Depois do tombo de quase 30% da Petrobras (PETR3; PETR4) na B3, nesta segunda-feira (9), e das incertezas sobre a guerra entre russos e árabes pelo controle do mercado mundial de petróleo, fica difícil confiar em ações do setor.

Mas, para o UBS, ainda há uma companhia capaz de enfrentar a situação sem muitos danos – e, melhor, está acessível aos brasileiros.

Trata-se da americana Chevron. A empresa possui BDRs (Brazilian Depositary Receipts) listados na bolsa brasileira, sob o código CHVX34. Assim, os investidores locais podem aplicar na Chevron, sem sair de casa.

Critério de desempate

Jon Rigby, Henri Patricot e Thomas Sedgwick, que assinam o relatório do UBS, observam que a solidez do balanço determinará a reação do mercado às petrolíferas listadas pelas bolsas de todo o mundo.

E, entre as três gigantes do setor analisadas pelo trio – Chevron, ExxonMobil e Total -, a primeira desperta mais esperanças.

O ponto mais valorizado pelo UBS é a chamada “neutralidade de caixa”, isto é, a cotação do barril de petróleo em que despesas e receitas empatam – e não há queima de recursos, o que preserva a expectativa de distribuição de dividendos.

Neste aspecto, a ExxonMobil, que também tem BDRs listadas na B3, com o código EXXO34, é descartada pelo banco suíço.

Isto porque, a companhia necessita de uma cotação mais elevada do petróleo para equilibrar suas contas, que as rivais. Não por acaso, a recomendação do UBS para a ExxonMobil é neutra.

Resistência

Já a francesa Total é elogiada pela melhoria da produtividade, mas não possui BDRs na bolsa brasileira. Resta, portanto, a Chevron. Não que isso seja ruim.

Menor impacto: BDRs da Chevron caíram, mas não tanto, quanto as das rivais (Imagem: Wikimedia Commons)

A recomendação do UBS para a companhia é de compra, com preço-alvo de US$ 130 para as ações listadas na Bolsa de Nova York, o que representa uma valorização potencial de 36% sobre o fechamento da sexta-feira (6).

“A neutralidade de caixa incomumente elevada da ExxonMobil joga contra nossa visão, o que significa que esperamos que a Chevron e a Total sejam negociadas com um padrão mais resiliente entre esses papéis”, dizem os analistas.

Na B3, a Chevron não está fazendo feio. É verdade que as BDRs acumulam uma queda de 9% entre 02 de janeiro e 06 de março, mas é preciso por esse desempenho em perspectiva. Primeiro, porque as BDRs da ExxonMobil recuaram 21,6% no período. Já as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram 25,6%.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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