Braskem (BRKM5) dispara quase 10% com apetite dos investidores e balanço do 1T25; o que fazer com as ações agora?

Ações da Braskem têm forte impulso do acordo entre EUA e China e números do balanço do 1T25 em linha com o esperado (Imagem: Braskem)

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As ações da Braskem (BRKM5) lideram os ganhos do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (12), em dia de apetite a risco dos mercados. 

Por volta de 12h (horário de Brasília), BRKM5 subia 6,63%, a R$ 10,93. Na máxima intradia, os papéis chegaram avançar 9,66%. Acompanhe o Tempo Real. 

A petroquímica é beneficiada pelo bom humor do mercado externo com o acordo tarifário entre Estados Unidos e China. Ontem (11), os países anunciaram a redução das tarifas adicionais sobre os bens e mercadorias por 90 dias. 

O tom positivo também é puxado pelos números do primeiro trimestre de 2025 (1T25), divulgados pela companhia na na madrugada do último sábado (10). 

A Braskem teve um lucro líquido de R$ 698 milhões entre janeiro e março deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 1,3 bilhão registrado no mesmo período de 2024. Em dólares, o resultado foi de US$ 113 milhões, frente a um prejuízo de US$ 273 milhões de um ano antes.

Já o Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) recorrente foi de R$ 1,3 bilhão, com alta de 16% ante os primeiros três meses de 2024. Na moeda norte-americana, o indicador ficou em US$ 224 milhões, com queda de 2% na mesma base de comparação.

•  Confira os números do balanço em detalhes: Braskem (BRKM5): Lucro líquido é de R$ 698 milhões no 1º trimestre de 2025 e reverte prejuízo de R$ 1,3 bilhão

Balanço positivo? 

Para os analistas, os resultados da Braskem não trouxeram surpresas.  

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Para o BTG Pactual, os resultados do 1T25 continuaram a sustentar uma postura mais cautelosa sobre as ações, com o desempenho do trimestre ainda mais próximo dos mínimos observados em 2023 do que os resultados ligeiramente mais fortes de 2024.

“Embora reconheçamos os esforços recentes da empresa para melhorar a competitividade da matéria-prima, continuamos a acreditar que o principal impulsionador de qualquer potencial de desempenho superior será o ciclo petroquímico que, na nossa opinião, ainda levará tempo a recuperar”, escreveram os analistas Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Perez em relatório. 

Já o Santander considerou o balanço misto. De um lado, os números melhoraram em relação ao quarto trimestre de 2024. Já de outro, os resultados permanecem fracos em geral na comparação anual, “dados os spreads comprimidos, embora os volumes no Brasil possam estar melhorando devido às maiores tarifas desde outubro de 2024”. 

Na visão da XP, a petroquímica reportou números em linha com as expectativas e apresentou uma melhora nas métricas, como Ebitda, em comparação com o trimestre anterior. 

O analista Regis Cardoso, porém, avaliou que a empresa teve mais um trimestre de queima de caixa. “Apesar do maior Ebitda, a Braskem queimou caixa no trimestre devido ao menor fluxo de caixa operacional em função do capital de giro negativo (principalmente devido a estoques) e do capex (investimentos) ainda elevado”, escreveu Cardoso em relatório. 

• VEJA TAMBÉM: As análises e recomendações de especialistas para investir após a reunião do Copom de maio

O que fazer com BRKM5 agora? 

Para os analistas, não é hora nem de comprar e nem de vender as ações da Braskem. Os bancos reiteraram a recomendação neutra para BRKM5. 

O Santander considera que há falta de visibilidade sobre a melhora no ciclo petroquímico global, resultados comprimidos e provável geração de FCF (fluxo de caixa) negativa para 2025. O banco tem preço-alvo de R$ 18 — o que representa um potencial de valorização de 75,6% sobre o preço de fechamento da última sexta-feira (9). 

O BTG Pactual afirma que a Braskem continua a ter dificuldades em gerar fluxo de caixa positivo num ambiente macroeconômico “desafiante”. “Com a fraca conversão de Ebitda em caixa, impulsionada em grande parte pelas elevadas despesas com juros e desembolsos relacionados com as provisões de Alagoas, acreditamos que a alavancagem poderá continuar a aumentar, a menos que haja uma recuperação significativa no ciclo petroquímico”, avaliam os analistas. 

O nível de endividamento da companhia subiu de 7,2 vezes a relação da dívida líquida sobre Ebitda no 4T24 para 7,8 vezes a dívida líquida/Ebitda no 1T25. 

O BTG tem preço-alvo de R$ 14 para BRKM5, um potencial de valorização de 36,6% sobre o preço de fechamento anterior.