Brava (BRAV3) prevê elevar investimentos a US$ 550 milhões em 2026, com impulso de novos poços
A Brava Energia (BRAV3) prevê investir US$550 milhões em 2026, sendo dois terços em sua estratégia de expansão, que prevê a perfuração de quatro poços entre 2026 e 2027, e o restante em manutenção, afirmou o diretor financeiro da petroleira brasileira, Luiz Carvalho, nesta quarta-feira.
Para este ano, a projeção dos investimentos é de cerca de US$ 500 milhões, segundo estimativas da companhia.
A petroleira brasileira manteve seus planos de perfurar quatro novos poços, como parte de investimentos para ampliar a produção, apesar do cenário de baixos preços do petróleo.
“A sonda chega em janeiro”, disse Carvalho, em encontro com jornalistas na sede da companhia, no Rio de Janeiro, após assumir a posição de diretor financeiro em novembro.
Os dois primeiros poços previstos deverão entrar em operação no quarto trimestre de 2026 no campo de Papa-Terra, enquanto os outros dois entram no campo de Atlanta entre o primeiro e o segundo trimestres de 2027, segundo o executivo.
Os investimentos permitirão que a companhia atinja capacidade de produção de cerca de 100 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) a partir de 2027, após encerrar este ano com cerca de 90 mil boed, conforme o previsto.
Para 2026, há uma perspectiva de recuo da produção, em virtude de um declínio natural de campos, antes da entrada dos novos poços, explicou.
Preços de petróleo
Carvalho, que liderou equipes de análises do setor de Petróleo, Gás e Petroquímicos na América Latina por 13 anos, em passagens por BTG Pactual, UBS e HSBC, afirmou que os preços da commodity devem ficar mais baixos no início de 2026, e que a companhia busca se proteger deste cenário por meio de operações de hedge.
“A tendência é que a gente tenha um preço de petróleo, pelo menos na primeira parte do ano (de 2026), mais pressionado, eventualmente indo para US$55 por barril”, afirmou.
Para a primeira metade de 2026, a empresa tem cerca de dois terços da produção protegida com operações de hedge e no segundo semestre, cerca de um terço, detalhou Carvalho.
Do lado da dívida, a companhia deve encerrar o quarto trimestre com o indicador de alavancagem de dívida líquida sobre Ebitda semelhante ao do terceiro trimestre, quando atingiu 2,3 vezes. Nos próximos anos, a companhia vai buscar reduzir o indicador para abaixo de 1,5 vez.
Fusões e aquisições
Carvalho disse ainda que a Brava tem sido muito procurada por agentes de mercado interessados em avaliar possíveis operações de fusões e aquisições e que a companhia está atenta a eventuais oportunidades de negócios.
Ele reforçou, porém, posicionamento da empresa que negou notícia de que poderia estar negociando ativos com a Eneva, e reiterou que também não tem conhecimento sobre negociações envolvendo a Ecopetrol.
Sobre o mercado em geral, Carvalho afirmou que o mercado das petroleiras menores no Brasil é “muito mais vibrante” do que quando só havia praticamente a Petrobras, permitindo que haja muitas conversas sobre potenciais oportunidades de negócios.
“Desde que eu cheguei, o que eu mais recebi foi pedido de reunião, foi de companhia de trading…, de banco”, disse ele, afirmando que os agentes têm interesse em mapear possibilidades de negócios.
Carvalho disse acreditar que será mais fácil de ver, daqui em diante, no mercado, a troca de ativos de mãos ou de percentuais desses ativos, do que atividades de fusões e aquisições envolvendo companhias.