Brava (BRAV3) cai 3,7% após reestruturação e saída de executivos; o que esperar?

As ações da Brava Energia (BRAV3) recuaram 3,71% por volta das 13h desta terça-feira (21), cotadas a R$ 14,52, após a companhia anunciar um processo de reestruturação que reduz sua estrutura organizacional e provoca mudanças no alto escalão.
Em nota, a XP Investimentos avaliou que, embora veja com bons olhos as iniciativas de eficiência e simplificação da Brava, a saída de dois executivos experientes sem substituição imediata tende a pesar sobre as ações — um cenário que deve se normalizar apenas com a nomeação do novo diretor financeiro.
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Segundo fato relevante, a Brava decidiu consolidar a diretoria financeira com as áreas de finanças, relações com investidores, trading e comercialização, com o objetivo de simplificar processos, fortalecer a governança e aprimorar a integração entre as áreas corporativas e de negócios.
Como parte do movimento, o conselho de administração recebeu os pedidos de renúncia de Rodrigo Pizarro, que ocupava o cargo de diretor financeiro (CFO) e de relações com investidores, e de Pedro Medeiros, diretor de Novos Negócios, Trading e Downstream.
Enquanto não é anunciado um novo CFO, o CEO Décio Oddone assumirá interinamente as funções ligadas à diretoria financeira e de relações com investidores, e de forma definitiva a área de Novos Negócios. Já a área de operações Downstream será incorporada ao Onshore, sob liderança de Jorge Boeri.
Brava é aposta ‘alavancada’
No mês passado, o Santander avaliou que a Brava permanece como uma aposta alavancada, com ponto de equilíbrio médio de fluxo de caixa livre (FCF) em 2026-27 próximo de US$ 52 por barril de óleo equivalente (boe) e ainda elevada alavancagem financeira. A visão mais negativa do mercado em relação aos preços do petróleo também limita um posicionamento mais positivo dos investidores.
Mesmo assim, o banco avalia que o desempenho atual da companhia, aliado a um Brent próximo de US$ 65 o barril, pode resultar em surpresas positivas no fluxo de caixa trimestral, já que deve ser suficiente para cobrir capex, despesas financeiras e earnouts nos próximos trimestres.
O Santander também projeta trajetória sólida de desalavancagem, com Dívida Líquida/Ebitda (incluindo arrendamentos) em torno de 1,5 vez no fim de 2026.