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Brava Energia (BRAV3): Santander aponta fator que pode elevar resistência a preços mais baixos do petróleo

22 abr 2025, 12:43 - atualizado em 22 abr 2025, 12:43
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A Brava Energia divulgou seu relatório de certificações de reservas de 2025 (Imagem: REUTERS/Vasily Fedosenko)

As certificações de reservas de 2025 da Brava Energia (BRAV3), divulgadas ao mercado na última semana, mostraram uma curva de produção mais realista para o curto prazo e uma abordagem racionalizada para alocação de capital, diante da redução nos investimentos, avalia o Santander.

O relatório de certificação, com data-base em 31 de dezembro de 2024, mostra que a companhia júnior de petróleo possui 479 milhões de barris de óleo equivalente (boe) em reservas provadas (1P) e 605 milhões em reservas prováveis (2P).

As reservas 1P (provadas) são as reservas de petróleo e gás que já foram confirmadas por dados técnicos e que a empresa tem certeza de que conseguirá extrair de forma lucrativa. Já as reservas 2P (provadas + prováveis) são as reservas 1P mais aquelas que a empresa acredita que também pode extrair com lucro, mas que ainda têm um grau de incerteza um pouco maior.

Os analistas do banco Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz consideram a nova certificação positiva, tendo em vista um menor investimento em petróleo, o que poderá permitir que a Brava resista a períodos de preços mais baixos do Brent, e uma projeção mais realista para a produção e o investimento operacional em 2025 e 2026.

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“Reiteramos nossa classificação de desempenho superior (compra) para a Brava, pois, apesar da recente queda nos preços do petróleo, prevemos que a Brava apresentará um forte desempenho operacional, o que oferece um caminho mais claro para a desalavancagem até o final do ano”.

Já o Bradesco BBI e a Ágora Investimentos enxergam um impacto neutro do relatório de certificação, enquanto a Genial Investimentos interpreta os dados como negativos.

Na visão de Vicente Falanga, do BBI, e Ricardo França, da Ágora, a nova certificação está de acordo com a atual mensagem de racionalização de portfólio e de foco em projetos-chave nos principais campos offshore (no mar): Atlanta e Papa Terra, bem como em Potiguar.

Em termos de investimentos, a projeção dos analistas é de que sejam mais baixos no curto prazo. Além disso, enxergam uma curva de produção mais estável, com um pico de produção mais baixo em torno de 100 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd), em vez de quase 120 mil boepd anteriores.

“Considerando a nova certificação, nosso preço-alvo aumentaria modestamente de R$ 32 por ação para R$ 33, indicando um impacto neutro, dado que já éramos mais conservadores do que a certificação anterior”, ponderam os analistas.

Vitor Sousa, analista da Genial, interpreta os dados como negativos, em termos gerais, principalmente no que diz respeito a uma produção mais diluída ao longo dos anos, ante investimentos praticamente estáveis e custos operacionais maiores.

Outros dados da certificação da Brava Energia

Segundo a Brava, 92% das reservas 1P são compostas por óleo, e os 8% restantes por gás natural. O valor presente líquido (VPL) estimado para os ativos de exploração e produção (upstream) é de US$ 8 bilhões para as reservas 1P e de US$ 10,1 bilhões para as 2P, considerando taxa de desconto de 10% ao ano e sem contabilizar imposto de renda.

A certificação cobre 100% dos ativos onshore (em terra) nas Bacias Potiguar e do Recôncavo, além de participações em campos como Atlanta (80%), Manati (45%), Peroá (100%) e Papa-Terra (62,5%). Campos como Pescada, Ubarana e o bloco BC-10 (Parque das Conchas) ficaram de fora do relatório.

Considerando a média de produção em 2024, a vida útil das reservas 1P indicadas na certificação 2025 seria de 26 anos. E considerando o pico de produção 1P previsto, seria de 12 anos.

Os volumes certificados relativos a Malombe, que compõe o Polo Peroá, foram classificados como recursos contingentes (10 MMboe de 1C), condicionados à declaração de comercialidade do ativo perante a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Em relação ao valor presente líquido (VPL), a petrolífera destaca que a estimativa não considera o portfólio de mid & downstream (logística, processamento, refino e venda de derivados) que detém no Rio Grande do Norte.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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