BRB (BSLI4) avalia nova proposta por Master após bloqueio de negócio pelo BC, diz fonte

O banco estatal BRB (BSLI4) está avaliando uma nova proposta para ativos do Banco Master, disse uma fonte familiarizada com o assunto, depois que o Banco Central bloqueou sua oferta inicial, levando as ações do BRB a despencarem nesta quinta-feira.
O BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal, disse na noite de quarta-feira que o regulador rejeitou um acordo anunciado em março que lhe daria 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Master, totalizando uma participação de 58% na instituição.
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As ações preferenciais do BRB fecharam em queda de 5,6% nesta quinta-feira, enquanto o índice de referência da bolsa brasileira Ibovespa subiu 0,8%.
Segundo uma fonte familiarizada com as negociações, que pediu anonimato devido à confidencialidade dos planos, o BRB ainda não teve acesso integral à decisão do BC e não está convencido de que precise abandonar a transação.
O banco pode buscar uma estrutura que o proteja de assumir passivos ligados à parte do Master não incluída na compra, acrescentou a fonte.
No entanto, outra fonte disse que as preocupações centrais do regulador passam “muito longe” desse ponto. Uma terceira fonte destacou que o Master precisa de capital adicional significativo para estabilizar sua situação.
BRB e Master não responderam imediatamente a pedidos de comentário. O Banco Central disse que não iria se pronunciar.
O BRB havia enfatizado desde o início que compraria apenas os ativos considerados saudáveis do Master, um competidor de médio porte que ganhara os holofotes nos últimos anos com seu crescimento agressivo financiado por emissão de dívida com promessa de retornos polpudos a investidores.
Com o tempo, o BRB foi reduzindo o escopo da proposta, dizendo, no final de agosto, que pretendia adquirir apenas R$24 bilhões em ativos e deixar de fora R$51,2 bilhões – mais que o dobro do montante que seria inicialmente apartado.
Isso reduziu o valor estimado do negócio para R$1,8 bilhão , ante R$2 bilhões originalmente previstos.
O funding do Master dependia fortemente da emissão de títulos de dívida vendidos em plataformas de investimento que, com rendimento muito superior ao de pares, eram promovidos com a promessa de cobertura pelo Fundo Garantidor de Crédito — que garante até R$250 mil por investidor em caso de quebra das instituições financeiras a ele associadas.
Muitos dos recursos levantados com esses papéis foram aplicados pelo Master em ativos ilíquidos ou de difícil precificação, incluindo precatórios devidos por governos e participações em empresas com planos de recuperação.