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BRC-20: Memecoins dentro do Bitcoin já somam mais de US$ 600 milhões em valor de mercado; veja lista

09 maio 2023, 16:59 - atualizado em 09 maio 2023, 16:59
Criptomoedas Bitcoin
A nova funcionalidade, somado à recente onda de memecoins na rede Ethereum, impulsionou os famigerados “degenerados” deste mercado, que migraram para a rede da criptomoeda mais antiga de todas (Imagem: Pixabay/EivindPedersen)

O Bitcoin (BTC) passa por um congestionamento da rede faz alguns dias. O motivo é atrelado aos BRC-20 e aos Ordinals, espécies de NFTs e criptomoedas alocadas dentro da rede blockchain da criptomoeda.

A facilidade de criar as memecoins impulsionaram o movimento, e o mercado de tokens dentro da rede do Bitcoin já ultrapassa o valor de US$ 600 milhões.

A nova funcionalidade, somado à recente onda de memecoins na rede Ethereum, impulsionou os famigerados “degenerados” deste mercado, que migraram para a rede da criptomoeda mais antiga de todas.

Isso porque, mesmo o BRC-20 ainda sendo um padrão experimental, diversos participantes da comunidade Web3 já estão lançando suas famigeradas “memecoins” no blockchain do Bitcoin. Entre os mais de 14.300, confira os 10 com maior valor de mercado (atualizado até as 15h50):

Nome Preço 24h % Valor de mercado Volume(24h) Fornecimento
 ordi $20.15 2.86% $423,045,000 $197,880,000 21,000,000
nals $1.53 23.12% $32,175,570 $930,485 21,000,000
 pepe $0.63 33.07% $26,429,260 $620,578 42,069,000
 meme $172.80 56.52% $17,279,827 $628,524 99,999
 domo $0.72 19.05% $15,119,979 $188,779 21,000,000
 piza $0.69 15.00% $14,394,240 $799,677 21,000,000
Oshi $760.96 18.95% $10,148,924 $275,405 13,337
 xing $0.37 9.09% $7,862,400 $129,097 21,000,000
 moon $0.072 4.87% $7,199,970 $44,702 100,000,000
$BSV $0.29 3,519.48% $6,129,375 $897 21,000,000

Como funciona, e como criar no Bitcoin? 

A criação de um token dentro do blockchain do Bitcoin foi facilitada para que qualquer um consiga fazer, mesmo sem nenhum conhecimento de programação.

Basta que o usuário tenha uma carteira de Bitcoin com algum BTC dentro para pagar as taxas e custo da criação da moeda. A plataforma que mais é utilizada dentre os entusiastas é a Unisat.io, espécie de carteira virtual e marketplace que interage com a rede da criptomoeda.

As criptomoedas na rede do Bitcoin possuem um fornecimento definido pelo criador, após a cunhagem, também chamado de emissão na rede, de todos os tokens, a negociação é possível apenas em mercado secundário.

Na criação do BRC-20, o criador pode escolher qual o limite de tokens, daquela espécie, que irá ter em circulação. Após definido isso, o criador daquele token pode já criar alguns e deixar a emissão das outras para quem desejar.

Por exemplo: o usuário pode criar o token “CT” dentro da rede do Bitcoin, e definir o fornecimento máximo em 10 mil unidades. Após isso, pagar uma taxa em Bitcoin, e emitir cinco mil daquela criptomoeda para si. Os usuários que desejarem, vão poder emitir para eles mesmos, daquele mesmo token fungível, mais cinco mil no máximo.

Além de tokens, é possível criar seu Ordinal, ou NFT na rede do Bitcoin através da mesma plataforma. Entre as funções da UniSat estão o mercado secundário de NFTs da rede, de BRC-20, criação de ambos e inda registro de domínio “.sats”, como por exemplo “fulano.sats”

O fundador da IPRIGHTZ, empresa de direitos autorais para NFTs, descreve um guia com o passo a passo de como realizar o processo de criação:

O que são os BRC-20 e quais efeitos podem causar ao Bitcoin?

O protocolo Ordinals já havia causado rebuliço na rede do Bitcoin ao permitir a criação de NFTs. Mas, agora, com o padrão BRC-20, criado por usuários da rede Bitcoin, é possível a emissão e transferência de tokens fungíveis na rede Bitcoin.

O BRC-20 é uma maneira experimental de permitir a cunhagem e transferência de tokens no blockchain do Bitcoin, os tokens são ligados aos Satoshis, os centavos da unidade inteira da moeda.

Um dos efeitos na rede são transações mais pesadas, que exigem mais espaço nos blocos, estão sendo mandadas ao “mempool”.

“Mempool” é a sala de espera onde as transações ficam esperando um validador para ser incluído no bloco. Esse movimento pode encarecer as transações.

Assim, o impacto pode ser sentido primeiramente no bolso de quem utiliza a rede. Afinal, para transacionar na primeira camada da rede, as taxas estão bem mais caras.

Além disso, os mineradores vão sentir no bolso, de forma positiva. Isso porque, além de receberem parte dos novos bitcoins emitidos no mercado, os mineradores também recebem parte das taxas que são pagas como forma de incentivo econômico.

Ou seja, do mesmo jeito que os bancos em crise podiam provar que o Bitcoin é uma alternativa ao sistema financeiro, conforme colocaram o analista, esse episódio também ilustra essa tese. Isso porque o teste de estresse pode ser importante para imaginar uma adoção em larga escala da criptomoeda.

Para Paulo Camargo, analista de criptoativos da Empiricus, o movimento também pode beneficiar as tecnologias de segunda camada. Isso porque o congestionamento da rede pode chamar a atenção de desenvolvedores que querem escalar a criptomoeda.

“Particularmente não gosto dos BRC-20, o Ethereum é um ecossistema bem mais preparado para isso. Mas por outro lado isso traz mais luz e pode trazer mais desenvolvedores para o Bitcoin e, por consequência, mais soluções tecnológicas trazidas para atender gargalos do Bitcoin como meio de pagamentos”, diz.

Camargo cita a Lightning Network como um dos exemplos dessas soluções. A rede de segunda camada utiliza canais de pagamentos isolados entre pessoas, e apenas após a conclusão das transações, um recibo é enviado para a rede principal.

A técnica busca diminuir o espaço necessário de armazenamento da rede da criptomoeda, e contornar situações como estas descritas acima.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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