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BRF (BRFS3) despenca após resultados no 4T24; analistas divergem sobre o que fazer com as ações

27 fev 2025, 11:51 - atualizado em 27 fev 2025, 11:51
As ações da BRF (BRFS3) abriram em queda nesta quinta-feira (27) após a divulgação dos resultados da empresa no quarto trimestre de 2024. (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

As ações da BRF (BRFS3) abriram em queda nesta quinta-feira (27) após a divulgação dos resultados da empresa no quarto trimestre de 2024 (4T24). De acordo com analistas, a reação negativa era esperada devido à expansão dos custos de produção, que reduziram as margens para além do esperado.

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Por volta das 11h40 os papéis caíam mais de 5% na bolsa, com a projeção de que o pico de melhores margens da empresa já ficou para trás.



Apesar da abertura negativa, parte dos analistas ainda reforçam uma visão construtiva para as ações da BRF. É o caso do Citi, que acredita que a pressão nos custos causada por preços mais altos de insumos como o milho, seja parcialmente compensada pela soja, que deve cair com a estimativa de colheita recorde.

O banco reitera a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 32,00, o que corresponde a um potencial de valorização de 68,3% em relação ao último fechamento (26). Os analistas destacam o desempenho da empresa nas vendas, que aumentaram 16% (a/a) e ficaram 9% acima das expectativas do Citi.

Em teleconferência pela manhã, o diretor financeiro da BRF, Fábio Mariano, afirmou que a empresa “está bastante positiva” em relação ao tamanho da safra de milho do Brasil, concentrada na segunda safra, conhecida como “safrinha”, mas que representa por volta de 75% da produção brasileira do cereal.

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O CEO Miguel Gularte destacou o bom início de ano, considerando que as vendas de alimentos superaram as expectativas da companhia para janeiro e fevereiro. A empresa projeta investir para expandir a produção de processados para capturar receita de demanda firme.

A Genial Investimentos também mantém projeções positivas para a BRF. A corretora destaca que os fundamentos da empresa ainda parecem favoráveis já que mesmo que o melhor momento do ciclo tenha passado, o consumo de frango deve se manter acima do padrão.

Analistas afirmam que com a reversão do ciclo do gado no Brasil e preço da arroba do boi chegando a um aumento de +40% nos últimos 4 meses, a carne vermelha deve continuar subindo em 2025. Com isso, parte do fluxo de consumo será capturado pela cadeia de alimentos processados, carne suína e carne de frango, que são destaques na BRF.

A corretora recomenda compra, mas cortou o preço-alvo para R$ 23, de olho nos possíveis riscos relacionados aos custos. A projeção ainda representa um potencial de valorização de 20,9%.

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A XP Investimentos é outra casa que vê a tendência positiva para a BRF persistindo no longo prazo. A corretora destacou os sinais de melhoria sólida nos mercados internacionais, e a crescente ausência dos EUA no mercado de frango, que está criando oportunidades.

A recomendação da XP é de compra, com alvo de R$ 30,10, que representa potencial de crescimento de 66,3%.

Analistas mais cautelosos com BRF (BRFS3)

Segundo o BTG Pactual, a recomendação é neutra para BRFS3, com preço-alvo de R$ 25. O banco apoia sua visão na crença de que as expectativas estão elevadas em um momento de que o ciclo de margens está virando.

O banco ressalta que os números apresentados seriam celebrados há um ano, mas com o crescimento recente, esperava-se mais. Para a empresa voltar a ter um ponto de entrada interessante, as expectativas precisam voltar a ser mais moderadas, melhorando o risco-retorno.

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Para o Goldman Sachs, os números em queda surpreenderam negativamente. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 2,8 bilhões foi 47% maior do que o mesmo período do ano anterior (a/a), mas veio menor do que o consenso de mercado esperava.

Os valores reportados estão 11% abaixo do consenso da Bloomberg e 9% menores que a projeção do Goldman. Em comparação com o último trimestre (t/t), o Ebtida recuou 6%. Segundo o banco, a pressão foi principalmente sobre os custos, em uma mistura de efeitos recorrentes (grãos) e não recorrentes (mão de obra).

O Goldman também se mantém neutro para as ações da BRF, com preço-alvo de R$ 27,2. O banco cita os ganhos operacionais contínuos e uma possível queda do preço de grãos como fatores definitivos para definir o risco do investimento.

Vale ressaltar que a Marfrig (MRFG3), que também divulgou seus resultados ontem (26), detém 50,49% de participação na BRF.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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