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BRF (BRFS3): Ações saltam após prejuízo bilionário no 2T23; o que explica a alta?

15 ago 2023, 13:21 - atualizado em 15 ago 2023, 14:33
BRF
BRF reportou prejuízo líquido de R$ 1,33 bilhão no segundo trimestre de 2023 (2T23); vale comprar? (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

As ações da BRF (BRFS3) saltavam cerca de 6,50% por volta de 12h50 desta terça-feira (15), negociadas a R$ 10,49 cada.

A forte alta acontece após a companhia reportar um prejuízo líquido de R$ 1,33 bilhão no segundo trimestre de 2023 (2T23).

Nos últimos três meses, a ação chegou a saltar 44,60%, com avanço de R$ 3,26 por papel, de acordo com o TradeMap.

Vale destacar que a BRF realizou uma oferta de ações em julho, que contribuiu com a injeção de R$ 5,4 bilhões em liquidez, reforçando a estrutura de capital e potencializando a redução das despesas financeiras da empresa, sendo esse o maior follow-on realizado na América Latina neste ano.

O que dizem os analistas

Para o Itaú BBA, a BRF reportou bons resultados em todos os setores, com o Ebitda ajustado totalizando R$ 963 milhões, 19% acima das estimativas.

O plano de melhoria operacional da BRF roubou a cena em 2T23, contribuindo com R$ 540 milhões em eficiências e indicando que a gestão está no caminho certo para oferecer uma perspectiva de lucratividade mais brilhante à frente.

Na avaliação da instituição, os resultados marcaram um ponto de partida melhor do que o esperado para o segundo semestre de 2023, quando a BRF provavelmente aumentará ainda mais a tendência de lucratividade, apoiada pelo benefício de grãos mais baixos custos, o que ainda não está refletido no resultado da empresa.

Por ora, os analistas do BBA tem recomendação neutra para ação, com preço-alvo de R$ 9 e potencial de queda de 9,5%.

Análise da Genial Investimentos para BRFS3

Para a Genial Investimentos, há quatro pontos de destaque para a tese:

  • queda nos preços dos grãos impactou positivamente o trimestre e possibilitou uma pequena recuperação de margens;
  • ligeiras melhoras operacionais em ambos os segmentos (Brasil e Internacional);
  • operação Internacional com desempenho pior que a operação do Brasil; e
  • cenário de sobreoferta global de frango seguiu ainda prejudicando os resultados.

A BRF entregou um trimestre razoável, com resultados abaixo das expectativas em termos de receita (queda de 8,3% nas estimativas da Genial), mas com margem Ebitda pouco acima de nossas projeções (alta de 1,3 ponto percentual contra a estimativa da Genial).



“Observamos uma recuperação gradual de margens nesse trimestre, tanto no segmento Brasil quanto no Internacional, decorrente majoritariamente da queda nos preços dos grãos (soja e milho) e pequenos ganhos de eficiência nas operações”, afirma a corretora.

Porém, no geral, a Genial avalia que os resultados não vieram fortes. “Continuamos monitorando o risco de gripe aviária em aves comerciais no Brasil e o plano de desalavancagem da BRF, o qual segue em curso”, completa.

A Genial reitera sua recomendação de manter (neutro), com preço-alvo de R$ 9.

Visão da Terra Investimentos

De acordo com Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, o movimento da BRF pode ser explicado pelo resultado acima das expectativas da companhia.

“Apesar de apresentar prejuízo líquido em mais um trimestre, o resultado da BRF pode ser considerado como positivo por demonstrar uma melhora significativa na margem operacional da empresa em relação aos três primeiros meses do ano. A lucratividade final ainda segue pressionada pelo despesas financeiras, entretanto, o resultado operacional acima das expectativas permite uma perspectiva mais otimista quanto à recuperação da empresa, considerando que efeitos positivos do aumento de capital e queda nos custos devem aparecer nos próximos semestre alinhados a essa melhoria já aparente”, explica Novaes.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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