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BRF (BRFS3): Por que ação dispara, mesmo com prejuízo no 4T22? Hora de comprar?

01 mar 2023, 11:46 - atualizado em 01 mar 2023, 11:46
BRF
BRF (BRFS3) surpreende mercado com divisão brasileira no 4T22. Analistas monitoram risco com gripe aviária. (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

As ações da BRF (BRFS3) disparavam mais de 10% nesta quarta-feira (01), liderando as altas do Ibovespa (IBOV) neste primeiro pregão de março, mesmo após o frigorífico entregar um prejuízo quatro vezes maior que o esperado por analistas no quarto trimestre de 2022 (4T22).

Por volta das 11h30 (horário de Brasília), as ações ordinárias da BRF decolavam 10,23% a R$ 6,78 cada. Na abertura do dia, os papéis chegaram a valer R$ 6,05 cada.

E por que raios a empresa se valoriza com força hoje após amargar um prejuízo de R$ 601 milhões no final do ano passado? Segundo analistas, a surpresa positiva nos resultados veio das operações da empresa no Brasil.

O Itaú BBA, que recomenda compra com preço-alvo de R$ 9 nos próximos 12 meses, explica que os números fortes da BRF em suas operações no Brasil acabaram compensando em parte a deficiência de seus negócios no exterior.

“O Ebitda da companhia veio 10% abaixo das nossas estimativas no 4T22. No entanto, a divisão brasileira da BRF superou projeções em 26%, com lucratividade melhor que a esperada. O papel ainda está bastante descontado”, afirma a gestora em relatório enviado a clientes.

O ano para esquecer

2022 foi um ano para a BRF esquecer nas palavras da XP Investimentos. O frigorífico acumulou no ano passado prejuízo de R$ 3,166 bilhões. E alguns fantasmas ainda devem perdurar em 2023.

A corretora segue com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 20,60 nos próximos 12 meses para o frigorífico. Embora reconheçam a surpresa entregue pela divisão brasileira, analistas da casa apontam que não é o suficiente para compensar todas as quedas no exterior.

“O mercado está diante da queda nos preços de frango, enquanto grãos permanecem resilientes e devido à proximidade incômoda da gripe aviária. A melhora nos indicadores financeiros é apenas um alento”, afirmam os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, em relatório a clientes.

Gripe aviária e exportações

Os relatos de casos de gripe aviária em países vizinhos ao Brasil é um ponto de preocupação para os negócios da BRF, com granjas na região Sul em alerta. Em caso de contaminação, as exportações a partir da divisão brasileiras podem ser suspensas temporariamente.

A Argentina confirmou seu primeiro caso de gripe aviária em aves industriais, fazendo com que o país suspendesse as exportações de produtos aviários.

Para a Ativa Investimentos, ainda não é o melhor momento de entrada. A BRF segue com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 12,10.

“O resultado da BRF não nos agradou e demonstrou o momento difícil na conjuntura econômica, tanto no Brasil como em outros países, em especial a Turquia, além de sua complexidade para a implementação de uma reestruturação mais profunda”, afirma Pedro Serra, head de equity research na Ativa.

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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