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Brookfield mira Brasil e Índia para ofertas de títulos verdes

20 nov 2019, 17:01 - atualizado em 19 nov 2019, 13:27
A empresa com sede em Toronto está vendendo títulos para refinanciar a dívida existente de um grupo de quatro usinas hidrelétricas localizadas em Ontário, de acordo com a S&P Global Ratings

Depois de vender três títulos de dívida de projetos verdes nos Estados Unidos e de ofertar um novo título no Canadá, a unidade de energia renovável da Brookfield Asset Management está de olho na América do Sul e na Ásia.

A empresa com sede em Toronto está vendendo títulos para refinanciar a dívida existente de um grupo de quatro usinas hidrelétricas localizadas em Ontário, de acordo com a S&P Global Ratings. A oferta de títulos ocorre por meio de uma colocação privada.

No Brasil, a empresa atualmente reúne avaliações de terceiros sobre seus ativos – passo necessário antes de uma possível oferta. Na Índia, onde a gestora vê potencial de “crescimento rápido”, a emissão de um outro título é uma possibilidade no longo prazo, disse Julian Deschâtelets, diretor do grupo de energia renovável da Brookfield.

Com mais de US$ 50 bilhões em ativos de energia renovável em quatro continentes, a Brookfield é uma das empresas mais ativas nos mercados de dívida verde da América do Norte. A empresa levantou US$ 1,2 bilhão ao precificar os três títulos lastreados em ativos dos EUA nos últimos dois anos. A Brookfield Renewable Partners captou US$ 900 milhões em títulos corporativos verdes no Canadá em duas outras ofertas.

“Vemos potencial para mais crescimento no médio prazo para a dívida verde atrelada aos nossos investimentos reais”, disse Deschâtelets. “Trata-se de diversificar fontes de capital de dívida.”

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No Brasil, onde a Brookfield possui mais de US$ 3,5 bilhões em ativos de energia renovável; qualquer oferta de títulos de dívida verde seria a primeira desse tipo no país (Imagem: Pixabay)

No Brasil, onde a Brookfield possui mais de US$ 3,5 bilhões em ativos de energia renovável; qualquer oferta de títulos de dívida verde seria a primeira desse tipo no país. O potencial para um mercado vibrante de títulos verdes se expande com as restrições para a concessão de empréstimos a juros baixos pelo BNDES.

“Existe um grande potencial para sermos ativos”, no mercado brasileiro, disse Deschâtelets. “Para o Brasil, seria um mercado local, em moeda local.”

Na Índia, a Brookfield Renewable poderia emitir dívida de projetos verdes em moeda local, se as condições do mercado permitirem, disse Deschâtelets. Como alternativa, poderia ser uma operação denominada em dólar. “No momento, a Índia é mais difícil”, já que bancos locais e os mercados de capitais apresentam mais desafios, disse. “Muitos emissores buscam levantar capital fora.”

Na China, onde a empresa adota uma estratégia de crescimento “calculada”, a empresa pode considerar uma oferta de dívida verde em algum momento, afirmou Deschâtelets. A Brookfield possui uma operação de telhado solar com a GLP, de Cingapura, e a joint venture emitiu um título verde offshore de US$ 15 milhões.

Investidores com mandatos verdes representam apenas de 15% a 20% das contas que participam dos títulos verdes da Brookfield até agora, disse Deschâtelets.

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