Economia

BTG aposta na manutenção da Selic em 15% e descarta cortes em 2025

29 jul 2025, 12:08 - atualizado em 29 jul 2025, 12:08
banco central copom selic
BTG não vê espaço para cortes da Selic em 2025. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O BTG Pactual espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa Selic em 15% ao ano na reunião desta quarta-feira (30) e reafirme o compromisso com uma postura contracionista prolongada.

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Desde a decisão de junho, a comunicação dos diretores do Banco Central (BC) tem reforçado a interrupção do ciclo de aperto monetário. Além disso, os dados divulgados — tanto de inflação quanto de atividade — ficaram abaixo do esperado, sem surpresas que justifiquem uma recalibração da política monetária.

Os analistas Bruno Balassiano, Bruno Martins e Iana Ferrão dizem que o comunicado deve reforçar que os ajustes na Selic juros continuam condicionados a evidências robustas de convergência da inflação à meta. Eles enfatizam que — diante de expectativas desancoradas — esse processo exige juros restritivos por um período prolongado.

Além disso, o Comitê deve reconhecer o recente choque tarifário imposto pelos Estados Unidos (EUA) como uma fonte adicional de incerteza, com impactos potenciais sobre preços relativos, taxa de câmbio e confiança.

O BTG afirma que “não haverá espaço para iniciar um ciclo de afrouxamento em 2025”. “Dado o atual conjunto de informações, acreditamos que a estratégia mais adequada é manter a Selic em 15,00% ao ano.”

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“A desaceleração da atividade econômica deve continuar de forma gradual, com o hiato do produto ainda positivo até o fim do ano, e projeções de inflação para o horizonte relevante permanecendo acima do nível compatível com a meta.”

O cenário macro brasileiro

Os analistas afirmam que a inflação mostra sinais consistentes de moderação, especialmente nos serviços subjacentes, e a leitura do IPCA-15 de julho reforçou essa tendência.

A composição do índice foi melhor do que o esperado, com surpresas baixistas no núcleo mais restrito dos serviços intensivos em mão de obra. No segmento de bens industriais, a composição foi benigna: bens duráveis e semiduráveis surpreenderam para baixo, enquanto a pressão altista ficou concentrada em itens voláteis.

Apesar desses avanços favoráveis, a inflação subjacente permanece elevada e as expectativas continuam acima da meta.

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Já a atividade econômica desacelera mais visivelmente nos setores cíclicos, como indústria de transformação e varejo. O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre foi revisado de 0,4% para 0,2%, refletindo a fraqueza nesses segmentos, parcialmente compensada pelo desempenho sólido das indústrias extrativas e da agropecuária.

Ainda assim, o mercado de trabalho permanece resiliente, com forte criação líquida de empregos e a taxa de desemprego caindo para 6,1% em maio. No entanto, os salários nominais mostram sinais de estabilização, e as condições de crédito permanecem restritivas, impactando diretamente a renda das famílias.

Do lado fiscal, a situação continua “frágil”, mas a melhora na arrecadação reduz o risco de curto prazo, dizem os analistas.

De olho nas tarifas

Balassiano, Martins e Ferrão reiteram que a decisão dos EUA de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros introduz uma nova fonte de incerteza no cenário adiante.

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Embora os impactos diretos sobre o PIB e a inflação possam ser limitados, os efeitos indiretos podem ser mais significativos. Além disso, a possível escalada do conflito representa um fator de risco adicional, com implicações relevantes para os preços relativos, o câmbio e as expectativas de inflação.

O choque adiciona um risco baixista ao crescimento, por meio do aumento da incerteza e de um possível recuo nos investimentos.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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