BTG mantém compra de Direcional e Moura Dubeux após anúncio de parceria; entenda a aliança

O BTG Pactual reiterou a recomendação de compra para Direcional (DIRR3) e Moura Dubeux (MDNE3) após as construtoras anunciarem uma parceria voltada a projetos de média e baixa renda em toda a região Nordeste.
Em relatório, os analistas Gustavo Cambauva e Gustavo Fabris destacam que a união das companhias deve gerar resultados sólidos, já que ambas se destacam em suas respectivas operações.
Para a Direcional, o banco avalia que a parceria oferece uma avenida de crescimento adicional em uma região do Brasil dominada pela Moura.
Já para a Moura, trata-se da possibilidade de contar com um player experiente no segmento de baixa renda.
“Esperamos uma reação positiva do mercado, embora ainda seja muito cedo para calcular o impacto da união em cada ação. Também aguardamos novos anúncios, com novos desenvolvimentos”, afirmam os analistas.
No pregão desta terça-feira (30), por volta das 12h (horário de Brasília), os papéis MDNE3 avançavam 1,37%, enquanto a DIRR3 subia 1%.
Entenda a parceria
Anunciado na noite de ontem (29), o acordo prevê operações conjuntas entre a Moura Dubeux, por meio de suas marcas Ún1ca e Mood, e a Direcional, com sua subsidiária Riva – todas voltadas à média e baixa renda.
Inicialmente, a parceria será focada em projetos das Faixas 3 e 4 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), em toda a região Nordeste, onde a Moura é líder.
Na prática, a Direcional poderá expandir sua presença no mercado imobiliário nordestino, hoje limitada a Fortaleza, Salvador e Recife, aproveitando a expertise e o amplo acesso a terras da MDNE3.
Por sua vez, a Moura poderá alavancar suas marcas Ún1ca e Mood com o know-how da DIRR3 em baixa renda, incluindo recursos de comercialização, engenharia e repasses de clientes.
“Ainda é cedo para entender o que essa parceria significará em volumes de lançamentos e vendas para as empresas, mas podemos dizer que ela traz oportunidades para ambas”, avalia o BTG.
Projeto a projeto
As construtoras afirmaram que a união será avaliada projeto a projeto, sem divulgação de metas ou estimativas de valor geral de vendas (VGV).
Além disso, as obrigações e participação de cada companhia podem variar conforme o empreendimento.
Direcional
Na semana passada, a equipe do BB-BI, segmento de investimentos do Banco do Brasil, reiterou a recomendação de compra para a Direcional e elevou o preço-alvo das ações de R$ 14 para R$ 20.
No acumulado deste ano, os papéis da companhia apresentam valorização superior a 70%, passando de R$ 8,87 no final de 2024 para R$ 16,25.
Em relatório, o analista Felipe Mesquita destacou que a construtora tem apresentado bons resultados, reportando, no 1S25, um crescimento anual de 13,5% nos lançamentos, que somaram R$ 5 bilhões nos últimos 12 meses.
A casa também apontou justamente o desempenho do segmento de baixa renda, que tem se beneficiado principalmente do MCMV.
Segundo o BB, a ampla expertise da Direcional em regiões com alto déficit habitacional, equilibrando volume de vendas com margens competitivas, é um diferencial da companhia.
Moura Dubeux
Também na semana passada, o próprio BTG Pactual iniciou a cobertura da Moura Dubeux com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 40 para as ações, indicando uma potencial valorização de cerca de 39%.
Em 2025, os papéis da construtora já acumulam alta de mais de 160%, passando de R$ 10,80 no final do ano passado para os atuais R$ 29,76.
Na ocasião, o banco ressaltou que a experiência regional e o conhecimento do Nordeste conferem à empresa uma vantagem competitiva significativa, funcionando como barreira de entrada para novos concorrentes.
Entrevista com o CEO
Em entrevista recente ao Money Minds, programa do canal do Money Times no YouTube, o CEO da Moura Dubeux, Diego Villar, afirmou que a construtora tem como objetivo para o segundo semestre de 2025 aumentar a rentabilidade de suas operações.