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BTG recomenda algodoeiras, mas desafio do setor será carregar estoques com queda acentuada na Ásia

15 abr 2020, 11:38 - atualizado em 15 abr 2020, 16:01
Previsões para a cadeia global de fibra não são das melhores para um setor não alimentício

O BTG Pactual (BPAC11) recomendou ações de empresas de grãos e algodão, mas o setor de fibras está com desafios pouco positivos nesta travessia da crise nascida com o novo coronavírus. A retração prevista para os mercados internos e externos é significativa.

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Os dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) dão conta de 88% da produção destinada ao consumo doméstico parados, enquanto para os 40% da temporada atual que não foram exportados antecipadamente – cerca de 2,8 milhões de toneladas -, deverão ser carregados pelos produtores. E eles vão precisar de recursos adicionais e mais prazos para pagamento de dívidas, alerta a associação.

Márcio Portocarrero, diretor-executivo da entidade, lembra que as previsões, feitas em conjunto com os grandes compradores mundiais e tradings, mostram que a China comprará até 14% a menos (7,1 milhões/t), assim como os demais importadores significativos, todos asiáticos.

Um dado destacado pela Abrapa, que demonstra a crise na China no ápice da doença, é que de fevereiro a março o país não foi o principal comprador do algodão brasileiro. O Vietnã liderou, mas também encontra-se em perspectivas menores de compras para o resto da temporada.

Em março o Brasil embarcou 140,7 mil/t,  volume 35% superior a março de 2019, por US$ 222 milhões.

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Em conferência há dois dias com mais de 240 participantes da cadeia global, fontes da China fizeram dois alertas adicionais. O primeiro é o de que a “recuperação da atividade do país, desde que de fato a situação sanitária esteja declinando solidamente, pode levar 90 dias desde o ponto da retomada”.

Consumo e preços

O segundo, confere ainda Portocarrero, é de que o país olha preocupado a retração econômica mundial, após a confirmação de várias análises de bancos e instituições, de recessão na América Latina, Europa e a séria ameaça – quase certa – de alcançar os Estados Unidos. A China é exportadora por excelência e essa janela, sim, vai determinar o ritmo da reaceleração.

E o nível de vendas que vier depois também exporá outra situação crítica. De 70 centavos de dólar por libra-peso, na ICE Futures (Nova York), a cotação despencou para 50 c/lp.

“Do agronegócio, a situação um pouco mais confortável é dos setores alimentícios”, diz o dirigente da Abrapa. Vestuário não é gênero de primeira necessidade.

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A recomendação de compra do BTG, colocando a SLC Agrícola (SLCE3) como a sua top pick, deve estar levando em conta a boa posição do grupo nos setores de grãos, além dos resultados financeiros gerais.

Ou, como lembra Márcio Portocarrrero, sem querer comentar especificamente o perfil da sua associada, o banco de investimento analisou o pós-pandemia, uma vez que o setor algodoeiro segue com bons parâmetros, apesar de ter passado por preços achatados desde a temporada passada.

Destaca-se, ainda, que os principais grupos de exportações de fibra – e que colocaram o Brasil como o segundo maior exportador global – têm uma particularidade que a maioria dos outros não possuem, enquanto dependentes de corretores e tradings. A SLC, Brasil Agro (AGRO3, também lembrada pelo BTG), Amaggi e Terra Santa Agro, (TESA3) entre poucos, vendem boa parte diretamente para os grandes, o que confere fidelização de volumes e compradores.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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