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C&A, Dafiti, Riachuelo… qual tem mais chances de ser comprada pela Lojas Renner?

20 abr 2021, 11:59 - atualizado em 20 abr 2021, 11:59
Desfile da Lojas Renner
Na passarela: para a XP, Renner se prepara para ir às compras (Imagem: Facebook/Lojas Renner)

A notícia de que a Lojas Renner (LREN3) realizará uma oferta bilionária de ações atiçou o mercado, e os analistas já começam a traçar cenários. Para a XP Investimentos, os recursos que a varejista captará com o follow-on são grandes demais para ficar apenas no arroz-com-feijão do crescimento orgânico. Por isso, a gestora aposta que o dinheiro será usado na compra de rivais.

“Acreditamos que a companhia deve ter algum tipo de M&A no radar, uma vez que estimamos que sua posição financeira atual era suficiente para sustentar seu crescimento orgânico”, afirmam Daniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, que assinam o relatório da XP.

O trio lembra que a Renner encerrou o quarto trimestre com uma posição “bastante confortável” de caixa (R$ 2,7 bilhões) e um nível de endividamento ainda mais invejável de apenas 0,6 vez a dívida líquida sobre ebitda.

Bolso cheio

A XP argumenta que, mesmo com a aceleração dos investimentos neste ano, chegando a 11% da receita, ante a média de 7,5%, a companhia ainda teria condições de bancar os compromissos apenas com o que já fatura.

“Não víamos necessidade de um aumento de capital por estimarmos uma alavancagem ainda bastante controlada para frente, devido à geração de caixa da companhia”, afirmam os analistas.

Por isso, a XP engrossou o coro dos que acreditam que a Renner está se preparando para uma ou mais aquisições. Apesar de demonstrar simpatia pela ideia, a gestora reforçou a recomendação neutra para as ações, devido à “falta de visibilidade” do que será feito com o dinheiro da oferta de ações. O preço-alvo foi mantido em R$ 50.

Veja o que a Renner ganharia com a compra de algumas das principais redes de varejo do país, segundo a XP:

C&A (CEAB3): é, de longe, a favorita da XP, devido às sinergias que a gestora enxerga. “Na nossa opinião, veríamos uma potencial combinação de Lojas Renner e C&A como positiva estrategicamente”, afirma a gestora. Primeiro, porque ambas atendem o mesmo público (classes A-, B e C+).

De um lado, a C&A traria sua expertise em lançar rapidamente novas coleções e tendências. Também aportaria uma boa atuação online, com a Galeria C&A. Já a Renner entraria com uma bem azeitada operação logística – uma das deficiências da C&A.

Dafiti: esta é a maior aposta da XP, caso a Renner opte por fortalecer sua presença no e-commerce, por meio de uma marca identificada com os nativos digitais. “Apesar de existir outras empresas bem-sucedidas nesse nicho (ex.: Amaro), vemos uma menor aderência com o público endereçado pelas Lojas Renner”, afirmam os analistas.

Na vitrine: Dafiti Brasil está à venda e faria sentido para a Renner, diz XP (Imagem: Facebook/Dafiti)

A XP lembra, inclusive, que a Global Fashion Group, dona da Dafiti, está procurando interessados em comprar sua operação brasileira. O dinheiro captado na oferta de ações, estimado entre R$ 4,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões, seria mais do que suficiente para bancar a aquisição, avaliada em R$ 3,4 bilhões pela XP.

Fintechs: numa outra frente, a Renner poderia seguir os passos dos Magazine Luiza (MGLU3) e acelerar a construção de um ecossistema para seu braço financeiro, a Realize. Se for por aí, a XP acredita que veremos “anúncios de aquisições de pequenas empresas que complementam sua proposta de valor em algum sentido.”

As empresas que “fazem sentido”, dentro desta estratégia, seriam as que atuam com inteligência de dados, conteúdo e serviços financeiros.

Marisa (AMAR3) e Le Lis Blanc (LLIS3): a XP vê poucas chances de a Renner comprar uma delas, devido às diferenças de público-alvo e ao fato de que ambas passam por processos de reestruturação.

Riachuelo (GUAR3; GUAR4) e Hering (HGTX3): o principal obstáculo para a aquisição de uma delas é o choque cultural. Segundo a XP, ambas são marcadas por uma gestão fortemente familiar, o que pode entrar em conflito com o estilo da Renner – uma das poucas empresas de controle diluído no mercado brasileiro.

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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