Cade aprova fusão de Petz (PETZ3) e Cobasi, com acordo que prevê venda de lojas; entenda o ‘remédio’
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão entre a Petz (PETZ3) e a Cobasi, embora com um “remédio” que visa equilibrar a concorrência.
A união das companhias irá gerar a maior rede de lojas de produtos e serviços para animais de estimação do Brasil e uma das maiores da América Latina.
O Acordo em Controle de Concentração (ACC) firmado com o órgão antitruste prevê a venda de 26 lojas no estado de São Paulo. De acordo com fato relevante da Petz, essas lojas representaram 3,3% do faturamento da companhia combinada nos últimos 12 meses.
“Se vai dar certo ou não é o que vamos medir e monitorar”, disse o presidente do Cade, Gustavo Augusto Freitas de Lima, sobre o ACC.
O fechamento da operação agora depende da verificação (ou renúncia, conforme o caso) de condições suspensivas pelos conselhos de administração da Petz e Cobasi e da data de fechamento, que ainda não foi divulgada.
Além da condição de vendas de loja, a aprovação da operação prevê um pacote comportamental “duro”, mas não houve detalhamento de quais seriam esses outros “remédios”.
As ações da Petz chegaram a saltar 6% no Ibovespa (IBOV) após o anúncio, cotadas a R$ 4,42, antes de entrarem em leilão.
Petz-Cobasi x Petlove
Ao longo do processo de análise para a fusão, a concorrente Petlove entrou como terceira interessada e se posicionou contra a combinação de negócios entre Petz e Cobasi.
De acordo com a concorrente, a criação de uma empresa “30 vezes maior que o terceiro colocado” no setor “compromete o mercado” de produtos pet.
Na véspera, a Petlove chegou a fazer uma petição ao Cade afirmando que uma proposta de venda “de até 28 lojas” seria um remédio “claramente inefetivo” e um “grave prejuízo à concorrência e ao consumidor”.
No entanto, a avaliação do presidente do Cade do negócio considera que “a terceira interessada (Petlove) dizer que quer comprar (as lojas a serem vendidas) e há pelo menos mais uma empresa que manifestou interesse inicial”. Apesar de contar com algumas lojas físicas, a atuação da Petlove é concentrada no mercado online.
Na visão da conselheira Camila Cabral Pires Alves, o caso foi o mais difícil para avaliação pelo Cade nos últimos dois anos e também o mais difícil no varejo já trabalhado pela autarquia.
*Com Reuters