Estacionada na bolsa, Caixa Seguridade (CXSE3) pagará dividendo bilionário, com payout de 92%; oportunidade de ouro?
A Caixa Seguridade (CXSE3) divulgou resultado recorde e anunciou dividendos robustos, o que impulsionou o papel na bolsa — alta de 2,38%, a R$ 15,51.
No ano, porém, o desempenho ainda é tímido: alta de 7%, bem abaixo do Ibovespa, que acumula ganho de 27% em 2025.
De qualquer forma, o mercado comemorou a generosidade com os acionistas. A companhia vai distribuir R$ 1,05 bilhão, equivalente a um payout (percentual do lucro distribuído) de 92%.
A dúvida agora é: seria uma boa hora para aproveitar um papel com “pegada” de dividendos e que ainda não subiu tanto?
Vale lembrar que, quanto mais alta a cotação de uma ação, menor tende a ser o retorno de dividendos (dividend yield) — tudo o mais constante.
Retornos gordos à vista
O BTG Pactual ressalta que a empresa segue entregando crescimento de dois dígitos, com execução consistente e margens elevadas.
Esse desempenho deve se traduzir em dividend yield próximo de 10%, o que o banco considera “bastante atraente”.
Mas não é só de dividendos que vive a companhia.
O BTG lembra que a originação de crédito imobiliário na Caixa Econômica Federal deve acelerar no segundo semestre, com o volume total podendo atingir R$ 150 bilhões — cerca de 40% acima do registrado no primeiro semestre.
“A administração indicou que, assim que as taxas de juros começarem a cair, o crescimento esperado na produção de crédito deverá mais do que compensar qualquer impacto negativo da redução das taxas sobre o resultado financeiro”, afirmam os analistas.
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O BTG recomenda compra do papel, com preço-alvo de R$ 19,50, e mantém a Caixa Seguridade como sua principal escolha no setor de seguros.
Na mesma linha, a Terra Investimentos, que mantém a ação em sua carteira de dividendos, destaca o payout elevado (~90%) e dividend yield entre 8% e 9%, o que oferece retornos recorrentes atrativos.
“O modelo diversificado e a reestruturação societária reforçam a resiliência e a geração de valor aos acionistas. Com múltiplos de 9–11 vezes lucro, as ações mantêm potencial de valorização e pagamento de dividendos, justificando recomendação de compra”, diz a corretora.
Um trimestre forte
No geral, os analistas classificaram o trimestre como sólido. O lucro ficou 5% acima da estimativa do BTG, puxado principalmente pelo negócio de acumulação (pensões, capitalização e cartas de crédito), que veio mais forte do que o esperado.
No ramo de seguros, os prêmios de vida começaram a se recuperar após um primeiro semestre fraco, enquanto os seguros habitacionais e de imóveis aceleraram o ritmo de crescimento.
A XP Investimentos destacou ainda a rentabilidade elevada, com ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 69,2%, 6,3 pontos percentuais acima do registrado um ano antes. As despesas administrativas permaneceram estáveis, representando 10,6% do total.
“A Caixa continua a executar com disciplina, equilibrando o crescimento de suas principais franquias com geração robusta de caixa e alta eficiência de capital”, afirmam os analistas.
A XP também mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 20.