Varejo

Camisaria Colombo: a queda de um símbolo do varejo que teve Arminio Fraga como investidor

21 ago 2025, 10:35 - atualizado em 21 ago 2025, 10:35
Camisaria Colombo - Shopping Conjunto Nacional
Donos da Camisaria Colombo são suspeitos de fraude fiscal.

A tradicional Camisaria Colombo acaba de entrar para a lista de empresas de prestígio suspeitas de fraude fiscal no Estado de São Paulo, junto com nomes como Ultrafarma e Fastshop.

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Nesta quinta-feira (21), agentes da Polícia Civil de São Paulo cumpriram mandados de prisão temporária contra os proprietários da Camisaria Colombo.

Eles são investigados por supostamente explorar uma falha no sistema da Secretaria da Fazenda para gerar créditos fictícios, além de movimentar valores milionários fragmentados em diversas contas bancárias.

A operação contra os donos da histórica camisaria paulistana acontece num momento delicado para a empresa centenária — que já contou com investidores como o Gávea, fundo gerido pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga —, e que atualmente enfrenta uma dívida bilionária.

A trajetória da Camisaria Colombo

A Camisaria Colombo foi fundada em 1917 por Aziz Jabur Maluf, um imigrante de origem libanesa.

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No começo, era uma pequena loja de moda masculina localizada na esquina das ruas Direita e Líbero Badaró, no centro de São Paulo.

Sua clientela era selecionada. Gravatas italianas, camisas refinadas e ternos produzidos com tecidos importados da Inglaterra atraíram a elite paulistana de então.

Ao longo dos anos, a Colombo conquistou uma base sólida de consumidores e se firmou como referência em qualidade.

Por mais de 70 anos, a loja do centro da capital paulista foi o único ponto de venda da empresa.

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Em meio ao declínio do centro de São Paulo, Álvaro Jabur Maluf Júnior, neto do fundador e um dos alvos da operação atual, lançou um plano de expansão que começou em 1990 com a inauguração de uma filial no Shopping Ibirapuera.

Durante essa expansão, a Camisaria Colombo também passou a mirar um público diferente. Em vez de se restringir à elite, buscou popularizar seus produtos.

Foi pioneira no Brasil ao lançar kits promocionais que combinavam camisa, calça e sapatos com desconto.

Expansão e endividamento

Em 2014, a rede atingiu a marca de 434 lojas espalhadas por 26 estados do país.

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Para sustentar esse crescimento, a empresa firmou parcerias financeiras, entre elas com o fundo Gávea, sob administração de Armínio Fraga.

Em 2011, o Gávea aportou recursos significativos para impulsionar a expansão, chegando a controlar 49,1% das ações da camisaria.

Essa participação durou até 2019, quando a família Jabur recomprou essas ações. No mercado financeiro, essa movimentação geralmente indica um investimento que não teve o retorno esperado.

Investidores como Armínio Fraga normalmente deixam esses negócios por meio de vendas para concorrentes ou com abertura de capital na bolsa.

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Recuperação judicial da Camisaria Colombo

Logo depois, uma combinação de alta dívida, retração do varejo e dificuldades operacionais levou os donos da Colombo a buscarem uma recuperação extrajudicial.

Sem conseguir acordo com os credores, a empresa entrou em recuperação judicial em 2020, com dívida reestruturada próxima a R$ 2 bilhões. Até o momento, não há registro de encerramento desse processo.

No meio da crise, a rede reduziu seu número de lojas pela metade, fechando mais de 200 unidades.

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ricardo.gozzi@seudinheiro.com
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