Economia

Campos Neto reitera que ‘confiança’ é a chave e toca em desvalorização do real; confira

16 abr 2024, 11:37 - atualizado em 16 abr 2024, 11:52
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Campos Neto também abordou a adoção do Pix por outros países, afirmando que a fonte será aberta a qualquer banco central que queira copiar (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Nesta segunda-feira (15), Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central (BC), reafirmou a necessidade de transparência e manutenção nas metas fiscais, em evento promovido pelo Council on Foreign Relations, nos Estados Unidos (EUA).

O gatilho para a fala surge após a divulgação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que ainda será encaminhado para o Congresso Nacional, e que prevê um déficit zero para 2025.

Anteriormente, a meta para o próximo ano era de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Agora, a esperança de um superávit para a economia brasileira está em um horizonte temporal mais longo, apenas em 2026.

Para Campos Neto, as alterações influenciam também o curso da política monetária, mudando inclusive a trajetória dos cortes da taxa Selic no país, sendo preferível não alterar as metas.

“Sempre que há uma mudança no governo que torna a âncora fiscal menos transparente ou menos crível, significa que você tem que pagar com custos mais altos do outro lado, então o custo da política monetária se torna mais alto”, disse.

O presidente ainda complementou: “torna nosso trabalho muito mais difícil se houver a percepção de que não há uma âncora fiscal, porque a âncora fiscal e a âncora monetária precisam trabalhar juntas”.

Campos Neto também reiterou a necessidade de comunicar as alterações de forma clara, para evitar a perda de “confiança na âncora fiscal”.

Real apresenta desvalorização, com previsões otimistas de Campos Neto

O presidente do BC afirmou no evento que o real está relativamente fraco no curto prazo, mas que está com um desempenho igual ou até melhor em comparação aos seus pares no médio prazo.

A influência na moeda brasileira é ocasionada por uma nova avaliação do equilíbrio de preços, de acordo com Campos Neto, destacando também durante o evento a alta dívida brasileira.

Para ele, o fator que confere estabilidade ao real é a balança comercial fortalecida em relação a anos anteriores, impulsionada pelos setores agropecuário e petrolífero.

Pix internacional

Roberto afirmou que está em tratativas com o banco central italiano acerca da obtenção de uma taxonomia geral para transações internacionais. “Vamos abrir a fonte do Pix para qualquer banco central que queira vir aqui e copiar”.

“Muitos países da América Latina disseram realmente querer adotar o Pix. E estamos conversando com muitos países. Mas se eles não quiserem adotar o Pix e quiserem outro sistema de pagamento, também estamos trabalhando em uma solução para conectá-los”, complementou.

O Pix foi lançado em novembro de 2020, sendo uma nova ferramenta de transferência de pagamentos do BC.

À época, Campos Neto afirmou: “o que muda com a chegada do Pix? Muda muitas coisas. Primeiro, a inclusão financeira, segundo, uma competição no sistema financeiro nacional que gera a oferta de novos produtos. Depois, podemos falar de eficiência e segurança”.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
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