Carros

Carros elétricos x híbridos: Qual é o melhor?

24 maio 2024, 10:00 - atualizado em 24 maio 2024, 10:00
carro elétrico carros elétricos híbridos
Elétricos ou híbridos: A escolha pode estar mais voltada ao poder aquisitivo, hábitos e estilo de vida do que às tecnologias. Qual faz mais sentido para você? (Imagem: Getty Images Signature/Canva Pro)

Eles estão chegando com força e muito marketing. Os apelos são vários para colocar um carro eletrificado (híbrido ou elétrico) na garagem: sustentabilidade, ausência ou menos barulho, menor manutenção, poder usar o carro durante o rodízio (na cidade de São Paulo), tecnologia e até status.

Especialistas de mercado costumam dizer que hoje não existem carros ruins. Existem carros que não te servem. A escolha por um híbrido ou elétrico pode depender do seu bolso, necessidades ou maneira de viver e por cada uma delas tornar um carro compatível ou não com seu modo de vida.

Entre elétrico e híbridos, quais são as principais vantagens e desvantagens?

Antes de compará-los, é importante entender cada tecnologia. Os híbridos são divididos em três categorias:

  • leves (MHEV)
  • puros (HEV)
  • plug-in (PHEV)

E os elétricos podem ser movidos a bateria e por nitrogênio, mas vamos nos ater ao primeiro tipo, que é o vendido no Brasil.

Confira cada tipo de carro eletrificado

Híbridos Leves (MHEV)

Os leves são os modelos mais simples, também conhecidos como “mild” (suave) ou mais recentemente denominados de micro-híbridos.

Em geral, utilizam um sistema elétrico de 12 ou 48 Volts ao invés de um motor elétrico, que funciona como um gerador de partida. Ou seja, esse sistema não movimenta o carro, mas dá suporte para o motor a combustão em torque, acrescenta alguns cavalos de potência e ajuda na economia de combustível e nas menores emissões.

A energia cinética gerada nas frenagens é acumulada no gerador para ligar o carro, aumentar o torque e alimentar equipamentos. A estimativa é que esse sistema ajude a economizar de 5 a 15% de combustível em percursos urbanos, principalmente onde o carro para mais vezes e exige mais frenagens.

Em relação às emissões, conforme o modelo, pode representar até 60% a menos de óxido de nitrogênio na atmosfera em relação a um carro a combustão pura.

Exemplos de híbridos leves à venda no Brasil: os Caoa Chery Tiggo 5x Pro Hybrid, Arrizo 6 Pro Hybrid e Tiggo 7 Pro Hybrid; Kia Stonic e Sportage; Mercedes-Benz linhas A, C, CLA, GLA, GLB, GLC, GLE e GLS; os Audi A3 Sedan e Sportback, A4 e A5; BMW X7; os Land Rover Discovery e Discovery Sport, Jaguar E-Pace e Subaru XV e Forester.

Híbridos puros (HEV)

Dotados de motor elétrico, que trabalha em conjunto com o motor a combustão, os híbridos convencionais ou plenos se diferenciam dos leves porque seu motor elétrico traciona as rodas do carro.

Conforme a tecnologia, esses híbridos puros podem até rodar alguns quilômetros apenas no modo elétrico, geralmente em percursos de baixa velocidade e em manobras de estacionamento, ou combinando os dois, ou apenas na combustão.

Outra característica, é que sua bateria não é recarregada em tomadas, mas por meio do sistema de regeneração em frenagens e desaceleração do veículo. Entre as vantagens está a eficiência de consumo e de emissões. Há modelos que chegam a fazer 20 km/l na cidade. Curiosamente, nos híbridos o consumo na estrada é maior do que nos percursos urbanos.

Exemplos de híbridos puros à venda no Brasil: Ford Maverick; GWM Haval H6; os Honda Civic, Accord e CR-V; Hyundai Ionic e Kona; Kia Niro; toda a linha Lexus (UX, NX, EX e ES); e os Toyota Corolla e Corolla Cross (pioneiros e únicos híbridos flex do País) e RAV4.

Híbridos plug-in (PHEV)

Essa tecnologia combina motores elétrico e combustão, com baterias maiores e recarregadas em fonte externa. A maior vantagem é terem uma melhor autonomia combinada (no Brasil há carros que ultrapassam os mil quilômetros de alcance) e rodarem até mais de 100 km sem usar gasolina. São os mais evoluídos entre os híbridos e, portanto, mais caros. Por terem baterias maiores são mais pesados e restritos a segmentos superiores, como SUVs e picapes. No Brasil, por exemplos, não há carros PHEV pequenos. As emissões são ainda mais baixas e os consumos extrapolam os 30 km/litro de gasolina. As desacelerações e frenagens também ajudam na regeneração da energia para as baterias.

Exemplos de híbridos plug-in à venda no Brasil: Audi Q5; BYD Song Plus; os BMW Séries 3, 5, X3 e X5; Caoa Chery Tiggo 8; GWM Haval H6 e H6 GT; Jeep Compass 4xe e Grand Cherokee 4xe; os Land Rover Range Rover, Velar, Sport e Defender; Jaguar F-Pace; Mini Countryman; Porsche Panamera e Cayenne e Volvo XC60 e XC90.

Elétricos (EV)

Os veículos elétricos são os modelos mais evoluídos hoje no mercado, em termos de tecnologia e emissões, e estão em constante transformação. E justamente por isso deixa consumidores receosos em adquirir um produto ainda tão caro por um futuro incerto, não só pela desvalorização como pela evolução que ele pode ter e, assim como um celular, tornar-se obsoleto rapidamente.

Sem ruído e sem emitir poluentes, são altamente tecnológicos. Basta pisar no acelerador que entregam torque imediato. Até os menos potentes são muito fortes na aceleração, o que torna a condução ainda mais prazerosa. São equipados com bateria que alimenta um ou mais motores e fazem as rodas girarem. O carro elétrico também possui sistema de recuperação de energia em frenagens e desacelerações.

Com o passar do tempo, os carros 100% elétricos estão crescendo, ficando mais rápidos, com maior autonomia e capazes de serem recarregados em menor tempo. Uma de suas vantagens é a manutenção: enquanto um carro flex chega a ter mais de 300 partes móveis e uma série de componentes ligados ao sistema de combustão, o elétrico conta com cerca de 50 partes móveis e uma manutenção simplificada – não requer lubrificantes, filtros, velas, partes do câmbio e sistema de exaustão, como escapamento – e por isso pode representar uma redução de 30% a 40% no custo de manutenção e revisões.

Em compensação, por serem dependentes de tomada, requerem mais atenção à capacidade da bateria e ao tempo de recarga, o que pode ser inviável a muitas famílias. É ideal que o consumidor tenha um carregador em sua casa (ou prédio) e faça deslocamentos mais curtos.

O custo da recarga também é vantajoso diante do abastecimento dos combustíveis fósseis: em casa, o proprietário de um elétrico paga cerca de um terço pela energia em relação ao que pagaria para encher o tanque de um carro flex.

Existe melhor?

Para o consultor automotivo Milad Kalume Neto, o mais adequado para o Brasil hoje são os híbridos. “Ainda falta uma estrutura de carregadores adequada e mesmo nos grandes centros os pontos de recarga ainda são insuficientes”, pondera.

Para Luca Cafici, CEO da plataforma InstaCarro, nem todos se adaptam à mudança para um veículo elétrico. “As dificuldades em encontrar postos de recarga disponíveis, mesmo em grandes cidades, ainda são uma realidade para muitos. Por exemplo, quem mora em edifícios antigos frequentemente não consegue recarregar o veículo na garagem, e o mesmo problema pode ocorrer no local de trabalho”, avalia.

Para quem gosta de tecnologia, roda prioritariamente na cidade, tem acesso fácil a carregadores, tem uma vida mais organizada e planejada e não se preocupa com a revenda do carro, prefere mesmo é a experiência, há elétricos novos partindo de R$ 100 mil no mercado e um novo mundo de seminovos emergindo.

Carros híbridos ou elétricos?


Tecnologias

Vantagens

Desvantagens
Híbridos leves x outros híbridos – preço mais acessível
– sistema menos complexo
– baixa tensão: manutenção mais em conta
– tecnologia mais fácil de ser adaptada
– economia de combustível é baixa e se equipara a modelos térmicos mais eficientes
– não roda no sistema elétrico
Híbridos puros x
outros híbridos
– não precisa de recarga externa
– menores emissões
– consumo mais eficiente que similares térmicos e MHEV
– sistema mais complexo pode levar a uma manutenção mais cara
– mais caros que similares a combustão
Híbridos plug-in
x
outros híbridos
– maior autonomia entre os híbridos
– melhor consumo
– menor emissão
– preço mais alto entre os híbridos
– veículo mais pesado
– precisa de recarga externa
– custo de manutenção maior
100% elétricos
x híbridos
– não tem ruído
– não emite gases poluentes
– torque imediato
– mais tecnológicos e seguros
– mais caros que os híbridos
– todos os portes: opções de microcarros até SUVs
– maior autonomia no elétrico em relação aos híbridos
– manutenção simplificada
– depende de uma infraestrutura de recarga ainda deficiente
– ainda mais caros que seus similares a combustão e híbridos
– requer planejamento de recargas, que, em geral levam mais de 6 horas em eletropostos domésticos
– mais limitados para viajar devido à menor autonomia

 

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