Casas Bahia (BHIA3): Mapa Capital assina com bancos para assumir dívida de R$ 1,6 bi e pode adquirir posição majoritária

A Casas Bahia (BHIA3) informou ao mercado que a gestora de participações Mapa Capital acertou acordo para adquirir as debêntures de segunda série da décima emissão da companhia junto ao Bradesco (BBDC4) e ao Banco do Brasil (BBAS3). Com isso, a Mapa deve adquirir participação majoritária na companhia.
Segundo o documento divulgado nesta sexta-feira (27), foi firmado um Memorando de Entendimentos não vinculante entre as partes. Dessa maneira, a Mapa Capital negocia comprar todas as dívidas, de cerca de R$ 1,6 bilhão, conversível em ações, que vinha sendo negociada pela varejista com os bancos.
O Grupo Mapa pretende realizar a conversão das debêntures conversíveis em ações ordinárias logo após a efetivação da transferência, obter a aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o início do período de conversão.
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No início do mês, o conselho da Casas Bahia aprovou a antecipação da janela de conversão das debêntures da 2ª série da 10ª emissão, permitindo que os títulos fossem transformados em ações já a partir deste mês. Houve ainda aprovação da postergação do pagamento de juros das debêntures da 1ª série, com a nova data definida para novembro de 2027.
A efetivação dessas mudanças ainda depende da aprovação dos debenturistas em assembleias convocadas para o dia 30 de junho de 2025.
A expectativa é de que a conversão das debêntures conversíveis seja concluída até o final de agosto deste ano, observadas as demais condições previstas na respectiva escritura de emissão, incluindo a aprovação pelos debenturistas.
“Caso aprovada, a conversão resultará na aquisição de participação majoritária pelo Grupo Mapa na companhia”, diz a Casas Bahia em documento.
Reestruturação de capital da Casas Bahia
Com a conversão das debêntures — que nada mais são do que títulos de dívidas emitidos pelas empresas — em ações, a dívida da empresa é transformada em capital próprio, reduzindo o endividamento. Ao concretizar o plano, a estimativa é de uma queda na dívida bruta para R$ 2,9 bilhões, e na alavancagem para 0,8 vez, de 1,6 vez.
O cronograma de amortização das debêntures da 1ª série também deve passar por modificação. A parcela prevista para novembro de 2026 deixa de ser amortizada. Já a parcela de novembro de 2027 passa de 11,11% para 20% do valor. As amortizações de novembro de 2028 e novembro de 2029 permanecem em 25% e 100%, respectivamente.