Casas Bahia (BHIA3): Mapa Capital assume controle com participação de 85,5%; entenda

A Mapa Capital passou a deter participação aproximada de 85,5% do capital social da Casas Bahia (BHIA3) se tornando a maior acionista da varejista, em meio à implementação do plano de transformação da estrutura de capital da companhia.
Em fato relevante divulgado ao mercado na noite de quinta-feira (6), a Casas Bahia informou que a Domus, uma subsidiária da Mapa Capital, concluiu a transferência das debêntures da 2ª série, conversíveis em ações, da 10ª emissão de debêntures simples, emitidas pela Casas Bahia.
Debêntures são títulos de dívidas que podem ser emitidos pelas empresas — ao convertê-las em ações, a dívida da empresa é transformada em capital próprio, reduzindo o endividamento.
Anteriormente, essas debêntures da Casas Bahia eram detidas pelo Bradesco (BBDC4) e pelo Banco do Brasil (BBAS3). Conforme já estava no radar do mercado, a Mapa Capital passou a deter essas dívidas e as converteu em ações.
A conversão das debêntures em ações ordinárias da companhia obteve aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sem restrições.
Com a concretização da operação, a estimativa é de uma queda na dívida bruta da varejista para R$ 2,9 bilhões, e na alavancagem para 0,8 vez, ante 1,6 vez. Quanto menor for o número do indicador, menor o risco financeiro.
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Aumento de capital da Casas Bahia
A Mapa Capital já entrou com o pedido de conversão das debêntures, mostra o documento enviado pela Casas Bahia ao mercado. Dessa maneira, o conselho de administração da companhia homologou o aumento de seu capital social, no valor de R$ 1.648.539.653,03, mediante a emissão de 558.791.401 novas ações ordinárias.
Essas ações foram totalmente subscritas e integralizadas pela Domus, com a exclusão do direito de preferência para os acionistas da companhia.
O número de ações foi calculado considerando um preço de emissão por ação equivalente a 80% do preço médio ponderado por volume (VWAP) das ações da companhia nos 90 dias anteriores ao pedido de conversão, o que resultou no preço por ação de R$ 2,95.
Dessa forma, o capital social da companhia foi alterado de, em números arredondados, R$ 5,44 bilhões, dividido em 95 milhões ações ordinárias, para R$ 7,09 bilhões, dividido em 653,9 milhões de ações ordinárias.
Com isso, a Mapa Capital passou a deter participação aproximada de 85,5% do capital social. Como resultado do aumento de capital, as debêntures conversíveis detidas pela Domus foram totalmente convertidas nas novas ações.
“A companhia entende que esta medida representa mais um passo relevante no processo de otimização de sua estrutura de capital e de reestruturação de parcela significativa de suas dívidas financeiras, representando uma desalavancagem significativa de suas operações”, diz a Casas Bahia no documento.
Ao Money Times, em meados de junho, o diretor de relações com investidores (RI) da companhia, Gabriel Succar, classificou o movimento como muito positivo, mesmo entendendo que gera uma diluição relevante para os acionistas.
Com a conversão dívidas em ações, ocorre uma diluição na base de acionistas, reconhecida pelo diretor de RI. No entanto, Succar argumenta que esse era um caminho que já estava na mesa, o que ocorreu foi apenas uma antecipação — essa conversão era esperada para outubro deste ano.
“Os acionistas já tinham ciência dessa potencial diluição. A questão foi o timing, mas foi no mesmo ano que já haveria potencial diluição, que seria outubro. Nesse sentido, acredito que os acionistas já tinham isso em mente”, coloca.
Já do lado da Casas Bahia, entre os benefícios que são mais factuais, Succar citou uma economia de no mínimo de R$ 230 milhões, uma vez que esses seriam os juros da série que será convertida.