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CBA (CBAV3) despenca 16% com números fracos no 2T25; o que fazer com as ações?

07 ago 2025, 12:29 - atualizado em 07 ago 2025, 12:29
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As ações da CBA reagem negativamente ao balanço do segundo trimestre de 2025 (Imagem: CBA/Divulgação)

As ações da CBA (CBAV3) vivem um dia amargo na Bolsa, após a divulgação de números fracos referentes ao segundo trimestre de 2025 (2T25). Analistas chamam atenção para o desempenho operacional aquém do esperado e ponderam que a companhia deve sofrer com alguma pressão nos próximos trimestres.

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Após o fechamento do mercado na quinta-feira (6), a companhia reportou um prejuízo de R$ 89 milhões, uma reversão do lucro de R$ 193 milhões registrado no mesmo período em 2024.

Já o Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que mede o desempenho operacional, ficou em R$ 189 milhões no segundo trimestre deste ano, uma queda de 44% ante os R$ 339 milhões no 2T24.

A receita líquida recuou 3% no período, atingindo R$ 2 bilhões. O volume de vendas de alumínio por quilotonelada caiu 8% na comparação anual.

Negociada fora do Ibovespa (IBOV), por volta de 12h20 (horário de Brasília), CBAV3 derretia 16,55% na B3, cotada a R$ 3,77. Acompanhe o tempo real.

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O que deu errado no balanço da CBA?

Analistas do Bradesco BBI e Ágora Investimentos pontuam que o Ebitda veio abaixo do esperado e contratempos operacionais levantaram preocupações para o segundo trimestre da companhia. A cifra bem abaixo da estimativa do BBI de R$ 298 milhões, que já estava abaixo do consenso, de R$ 328 milhões.

“A significativa diferença em relação às expectativas é atribuída, principalmente, a paradas inesperadas para manutenção que afetaram diversos tanques da refinaria de alumina, o que levou à reforma de algumas fundições de alumínio fundido” colocam os analistas Rafael Barcellos e Renato Chanes.

Ao mesmo tempo, ponderam que, para manter os estoques internos em níveis normalizados, a empresa teve que comprar alumina no mercado (que permanece em níveis elevados, ao redor de US$ 450 por tonelada), o que se traduziu em custos mais altos de matéria-prima.

“Considerando que a produção de alumina está em fase de maturação, com estabilização do processo prevista para o 4T25, a produtividade deve permanecer pressionada ao longo do segundo semestre — o que representa riscos de queda para nossas estimativas de Ebitda e geração de caixa em 2025”, dizem os analistas.

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Além disso, a CBA queimou R$ 227 milhões de caixa no trimestre, elevando a alavancagem para 2,3 vezes a relação dívida líquida/Ebitda. Quanto mais o número cresce, maior fica o risco financeiro da companhia.

A análise do BTG Pactual vai pela mesma linha, destacando um Ebitda fraco e impacto da parada prolongada na refinaria de alumina, causando pressão nos custos e volumes.

“Apesar de considerarmos o valuation atrativo no longo prazo, com potencial de valorização expressivo em cenário normalizado, a falta de catalisadores no curto prazo e os resultados fracos devem limitar o interesse dos investidores”, pondera a equipe de analistas liderada por Leonardo Correa.

A recomendação do banco, no entanto, é de compra, com preço-alvo de R$ 7.

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O Safra também avalia negativamente o balanço da CBA, destacando que o principal motivo do desempenho ruim na linha do Ebtids foi o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) mais alto do que o esperado no segmento de alumínio, devido à paralisação da refinaria de alumina.

“Isso, somado a embarques e preços realizados de alumínio ligeiramente menores, contribuiu para o resultado fraco. O Ebitda do segmento de Energia veio pior, mas foi compensado por melhores números em Outros (níquel)”, diz o Safra, que tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 5,50.

A XP Investimentos acrescenta que, embora os preços do alumínio acima de US$ 2.550 por tonelada atualmente possam indicar um desempenho melhor de preços no terceiro trimestre de 2025, esperam que o fluxo de caixa livre (FCL) continue inferior ao ideal ao longo do segundo semestre de 2025, devido ao maior desembolso de capex (investimentos) esperado para o período e à recuperação gradual dos custos nos próximos trimestres.

“Por fim, embora a alavancagem continue sendo uma restrição ao FCL, vemos com bons olhos as melhorias da CBA em seu perfil de dívida, como, por exemplo, aumento da duração da dívida e redução do custo total da dívida”, diz a XP.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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