Cenário eleitoral faz Ibovespa despencar 5,9%; dólar a R$ 3,94
Por Angelo Pavini, da Arena do Pavini – O Ibovespa registra forte queda nesta quinta-feira (7), acompanhando a piora das expectativas para o Brasil e a forte alta do dólar e dos juros.
Às 14h45 horas, o índice perdia 5,99%, aos 71.558 pontos (mínima do dia). Entre os 67 ativos que compõem o Ibovespa, todos operavam no vermelho. Ações como Petrobras (PETR4) e Itaú Unibanco (ITUB4) perdem mais de 6% e derrubam o índice. Banco do Brasil (BBAS3) cai 9,47% e Vale (VALE3), 5,03%. Papéis como Magazine Luíza (MGLU3) perdem mais de 15%.
O mercado passa por um movimento de zeragem geral, o chamado “sell off” diante da incerteza de continuidade do ajuste fiscal pelo próximo presidente. Os investidores repercutem o favoritismo de candidatos de extrema direita ou de esquerda sem compromisso com o equilíbrio das contas públicas nas últimas pesquisas e o enfraquecimento cada vez maior do governo de Michel Temer, com novas investigações e quebras de sigilo pela Polícia Federal. E, quanto maior a queda dos preços das ações e outros ativos, mais os investidores têm de vender pois os preços atingem seus limites de perda.
No dólar, a moeda americana segue em alta, de 2,51%, cotada a R$ 3,943 no mercado comercial, apesar de o BC já ter vendido US$ 3,190 bilhões em contratos de swap cambial para rolagem e para acalmar os mercados. O dólar turismo é vendido por R$ 4,10, em alta de 2,5%.
Os juros futuros também dispararam na B3 e o contrato para janeiro deste ano projeta uma Selic de 7,57%, 0,43 pontos percentuais acima da taxa de ontem e mais de um ponto percentual da taxa básica atual de 6,5%, que o Banco Central (BC) pretendia manter até o fim do ano.
No mercado de títulos públicos, os leilões do Banco Central e do Tesouro chegaram a reduzir a pressão sobre os papéis mais longos pela manhã, mas no início da tarde as taxas voltaram a subir. O Tesouro Direto, sistema de negociação de papéis via internet para o varejo, ficou suspenso novamente praticamente o dia todo, das 9h48, logo após a abertura, até 12 horas e, depois, das 12h40 até as 15 horas.
*Com informações e cotações atualizadas às 14h45 (horário de Brasília).