Ibovespa

Cenário fiscal deve “ditar” a Bolsa em setembro. Saiba o que vai rolar e se antecipe

01 set 2020, 12:32 - atualizado em 01 set 2020, 12:36
Brasilia
Fique atento aos sinais de Brasília, pois a Selic pode cair ainda mais e haverá mais espaço para o Ibovespa decolar, revelam analistas (Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

Setembro começa com as atenções do mercado acionário brasileiro voltadas para o cenário fiscal do país, em meio a preocupações com o risco de uma flexibilização do teto de gastos e tensões entre a equipe econômica e outras áreas do governo.

“Com as taxas de juros de longo prazo nos atuais níveis, e mesmo após o ‘sell-off’ recente, nós enxergamos um espaço pequeno de alta com base em fundamentos”, afirmaram os estrategistas do BTG Pactual (BPAC11) Carlos Sequeira e Osni Carfi, em relatório com as ações recomendadas para o mês.

Para eles, se o governo federal e o Congresso Nacional avançarem com a agenda de reformas e indicarem vontade de trabalhar na consolidação fiscal, os juros de longo prazo podem cair, abrindo o caminho para o Ibovespa (IBOV) voltar a subir. Os estrategistas, porém, veem desafios no avanço de medidas de austeridade fiscal no curto prazo.

Em agosto, o Ibovespa teve a primeira queda mensal desde março, de 3,4%, com o front fiscal limitando os efeitos de estímulos monetários, principalmente nos Estados Unidos, que levaram Wall Street a novas máximas recordes.

Nesta semana, o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) mostrou que o governo espera um rombo primário para o governo central em 2021 de 233,6 bilhões de reais, ante déficit de 149,61 bilhões de reais estipulado em abril, no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).

“Acreditamos que a volatilidade deva se fazer mais presente neste segundo semestre, mesmo passado o ponto mais crítico da crise do Covid-19“, acrescentou Victor Penna e equipe da área de análise da BB Investimentos, estimando que o acompanhar de perto a real retomada das economias da pandemia de coronavírus.

“No mercado interno, os ruídos nos campos político e fiscal se mantêm em cena, enquanto no externo irão ficar no radar novidades na intensidade e duração de medidas de estímulos econômicos, bem como o iminente processo eleitoral americano”, observaram em relatório a clientes.

A XP Investimentos também chamou a atenção para os receios políticos e fiscais, mas afirmou que segue otimista com Ibovespa, estimando que fique em 115.000 pontos ao final de 2020, amparado pela continuidade da migração de recursos para renda variável por investidores em busca de retornos atrativos.

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