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CEO da Petrobras (PETR4) diz que gestões anteriores deixaram refinarias “a meia bomba”

23 mar 2023, 11:59 - atualizado em 23 mar 2023, 11:59
Petrobras
“O presidente da Petrobras ia aos lugares e dizia: ‘eu quero abrir espaço para concorrência'”, disse Prates em discurso de abertura em evento na FGV, no Rio de Janeiro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Jean Paul Prates, afirmou nesta quinta-feira que gestões anteriores da estatal aceitaram deixar refinarias da petroleira “a meia bomba” para estimular a concorrência, em meio a um processo de venda de parques de refino e avanço de importadores de combustíveis.

“O presidente da Petrobras ia aos lugares e dizia: ‘eu quero abrir espaço para concorrência'”, disse Prates em discurso de abertura em evento na FGV, no Rio de Janeiro.

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Ele não citou nomes de ex-presidentes da empresa. Mas disse que tais gestores “deliberadamente” deixavam “refinarias a meia bomba para entrada de concorrentes”.

“Fico imaginando se o presidente do McDonald’s dissesse isso sobre o Burger King. No dia seguinte estaria na rua”, disse Prates.

A declaração de Prates, que já afirmou que a Petrobras vai brigar mais por mercado de combustíveis no Brasil, ocorre após o conselho da petroleira ter aprovado na véspera os executivos que irão compor a nova diretoria da companhia, sob o comando de Prates.

A aprovação dos diretores é importante para os planos da nova gestão, entre outros fatores, pelo fato de os diretores de Comercialização e Financeiro serem os responsáveis pelas decisões sobre ajustes em preços de combustíveis como gasolina e diesel, juntamente com o presidente-executivo.

O executivo tem prometido realizar mudanças estratégicas profundas na companhia, como a política de preços e de dividendos. No entanto, disse algumas vezes que aguardava a posse da nova diretoria e do novo conselho de administração.

A troca do conselho ainda depende da conclusão dos testes de integridade e elegibilidade dos nomes indicados e de aprovação em assembleia de acionistas.

Em sua fala no evento da FGV, o executivo voltou a criticar também a política de preços da empresa, que segue a Paridade de Preços de Importação (PPI), constituída em 2016, em meio a uma busca do governo federal para a entrada de novos investidores no setor de petróleo e derivados além da Petrobras.

“O preço vai depender do tipo de cliente, quem está comprando, volume, ponto de entrega. Ora, com qualquer empresa não é assim… por que a Petrobras tem que ser obrigada a praticar preços diferentes ou o preço do concorrente que é o caso PPI?”, questionou Prates.

“Houve uma coincidência infeliz de um acionista majoritário que topava isso.”

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