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CEO da Via (VIIA3) sobre crise da Americanas (AMER3): Temos uma grande oportunidade pela frente

14 fev 2023, 17:03 - atualizado em 14 fev 2023, 18:50
Via Varejo
“Têm vários consumidores órfãos nesse momento. Nós estamos tentando mostrar para esse consumidor: ‘Olha, temos um negócio legal aqui'”, discorre o CEO da Via (Imagem: BTG/Divulgação)

Sem citar nominalmente a Americanas (AMER3), Roberto Fulcherberguer, CEO da Via (VIIA3), uma das principais concorrentes da varejista, diz que vê oportunidade na crise pela qual a dona dos sites Submarino e Shoptime está passando.

Em 11 de janeiro, a AMER informou um rombo de R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis, mas que os bancos chamaram de uma “grande fraude”. Uma semana depois, a varejista já estava em recuperação judicial.

“Hoje, somos grande capturadores de market share. Enxergamos esse evento que acabou de acontecer como um desafio de curto prazo, porque assusta todo o ecossistema financeiro, mas, a longo prazo, é uma grande oportunidade para quem tem muito share [participação]”, discorre.

Fulcherberguer participou do painel O Momento do Varejo Brasileiro no CEO Conference, evento organizado pelo BTG Pactual que traz as principais vozes dos mercados e de agentes econômicos. O painel também contou com a participação de Stelleo Tolda, conselheiro do Mercado Livre, e Luiz Guanais, analista de varejo do BTG.

Para o CEO da Via, “não existe vácuo no varejo”. Fulcherberguer diz que vários consumidores estão “órfãos” nesse momento.

“Nós estamos tentando mostrar para esse consumidor: ‘Olha, temos um negócio legal aqui'”, afirma.

De fato: segundo o relatório do Itaú BBA, a Americanas perdeu 57% do fluxo de acessos em janeiro, enquanto a Via foi a única empresa a aumentar o tráfego, com elevação de 12% ante o ano passado.

Porém, até o momento, o mercado entendeu que é o Magazine Luiza e o próprio Mercado Livre que vão capturar o mercado da Americanas. Em janeiro, as ações de Magalu e Mercado Livre dispararam 60% e 30%, respectivamente, enquanto a Via subiu pouco menos de 6% no mesmo período.

Sem ganhador no e-commerce, diz Via

O executivo também não teme o excesso de concorrência no e-commerce, que se agravou com a chegada de estrangeiros, como Shopee e Amazon.

“Tem espaço para todos os players. A Amazon, quando aconteceu lá atrás, o varejo ficou assistindo. Só que aconteceu nos Estados Unidos, e o varejo aqui se preparou para isso. Esse efeito de uma empresa que chega e ganha tudo, acho que não tem”, comenta Fulcherberguer.

Já o Mercado Livre acredita que os ganhos do e-commerce vieram para ficar.

“Estamos falando, principalmente, do ponto de vista do consumidor e da escolha. A conveniência que o e-commerce traz é superior no quesito experiência. Mas não quer dizer que as lojas vão acabar”, completa o conselheiro da empresa argentina.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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