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CEOs do Reino Unido ganham mais em dias do que horistas por ano

10 jan 2021, 15:01 - atualizado em 06 jan 2021, 17:55
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“O salário dos principais CEOs hoje é cerca de 120 vezes maior do que o de um trabalhador típico do Reino Unido”, disse Luke Hildyard, diretor do High Pay Centre (Imagem: Unsplash/@dibert)

CEOs das maiores empresas do Reino Unido terão ganhado mais até o final da jornada de trabalho na quarta-feira do que o salário do trabalhador mediano ao longo de 2021, segundo estudo.

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Quando concluírem suas primeiras 34 horas de trabalho remunerado, a remuneração média de um diretor-presidente de uma empresa do FTSE 100 excederá o salário médio anual para trabalhadores em tempo integral no Reino Unido, de acordo com o High Pay Centre, um think tank com sede em Londres.

“O salário dos principais CEOs hoje é cerca de 120 vezes maior do que o de um trabalhador típico do Reino Unido”, disse Luke Hildyard, diretor da organização. “Estimativas sugerem que era equivalente a cerca de 50 vezes mais na virada do milênio ou 20 vezes no início dos anos 80.”

O salário médio de um CEO no Reino Unido foi de 3,6 milhões de libras (US$ 4,9 milhões) em 2019, enquanto o mais bem pago – Tim Steiner, do Ocado Group – recebeu 58,7 milhões de libras em remuneração total. Isso é 2.605 vezes mais do que o funcionário mediano, de acordo com o relatório anual de 2019 da empresa. O salário médio para todos os trabalhadores em tempo integral no Reino Unido é de 31.461 libras, de acordo com os dados mais recentes do Escritório de Estatísticas Nacionais.

Um porta-voz da Ocado disse que a remuneração de Steiner incluía um prêmio único concedido em 2019 e “reconhece o desempenho extraordinário da Ocado durante este período”.

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Pelo menos 36 firmas do FTSE 100 anunciaram cortes de salários de CEOs no primeiro semestre de 2020 (Imagem: REUTERS/Toby Melville)

Demissões

Os números destacam o efeito desigual que a pandemia de coronavirus teve em trabalhadores com altos e baixos salários, diante das dezenas de milhares de demissões anunciadas por empresas do FTSE 100 em 2020. A empresa de hospitalidade Whitbread, com uma relação de remuneração CEO/funcionário mediano de 143, cortou 1.500 empregos em 2020, enquanto a IAG SA, controladora da British Airways que tinha um índice de remuneração de 72 em 2019, anunciou 10.000 cortes.

A IAG disse em comunicado por e-mail que a empresa “monitora o pacote de remuneração geral de seus funcionários para garantir que reflita sua contribuição para o sucesso do grupo”.

Em resposta a um foco renovado na remuneração de executivos durante a pandemia, pelo menos 36 firmas do FTSE 100 anunciaram cortes de salários de CEOs no primeiro semestre de 2020, sendo o mais comum uma redução de 20% no salário-base, de acordo com o High Pay Center. Os CEOs cujos bônus anuais estão atrelados ao desempenho do preço das ações podem acabar perdendo o direito a eles.

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bloomberg@moneytimes.com.br