CryptoTimes

Changpeng Zhao vs Sam Bankman-Fried; os dois maiores CEOs de cripto brigam entre si

07 nov 2022, 15:08 - atualizado em 07 nov 2022, 15:08
FTX Binance FTT
(Imagem: Virgile Simon Bertrand para Forbes)

Neste último final de semana, dois gigantes da indústria de criptomoedas parecem ter entrado em guerra. De um lado Changpeng “CZ” Zhao, CEO da Binance; do outro Sam “SBF” Bankman-Fried, CEO da FTX e Alameda Research.

A briga começou quando uma reportagem da Coindesk, divulgada no dia 2 de novembro, revelou que grande parte do balanço da Alameda – fundo hedge do SBF – possui FTX Token (FTT) no portfólio. O FTT trata-se da moeda nativa da corretora, que também pertence ao Bankman-Fried.

Dos US$ 14,6 bilhões em ativos totais que compõem o balanço da empresa, US$ 5,8 bilhões estão em FTT, segundo a Coindesk diz ter descoberto. Além disso, existem mais US$ 292 milhões em “FTT bloqueado” entre os passivos da empresa.

O começo do fim?

Após a divulgação da reportagem, Mike Burgersburg, pseudônimo do investigador por trás da Dirty Bubble Media, publicou uma pesquisa com a proposta de responder: “a FTX está insolvente?”.

Burgerburg foi o investigador por trás do primeiro alerta por trás da falência da Celsius (CEL) e é um nome reconhecido no mercado.

“Sam Bankman-Fried, mais conhecido como SBF, tem a reputação de ser o cara mais inteligente da sala. O bilionário de criptomoedas controla um dos maiores fundos de hedge de criptomoedas, a Alameda Research, além de uma das maiores exchanges de criptomoedas, a FTX. […] No entanto, um vazamento recente sugere que o império de criptomoedas da SBF se baseia em algumas fundações questionáveis”, começa a análise.

Conforme o investigador, SBF poderia estar em um “modelo volante” onde é responsável por emitir tokens FTT pela sua corretora, inflando artificialmente o patrimônio do Alameda – seu fundo hedge.

Mike Burgerburg explica o passo a passo do que poderia estar acontecendo, e como o sucesso de SBF teria acontecido de forma inorgânica.

  • “Crie um token: Tokens são literalmente apenas bits de código em um blockchain. Programe esse otário e comece a rolar. Certifique-se de manter a maioria desses tokens em seu balanço patrimonial para obter o máximo de flywheeling.
  • Aumente o preço do token: mantenha um “criador de mercado”. Compre tokens usando os ativos do seu cliente. Lave e troque-o até o infinito. Faça o que for preciso para elevar esse preço às alturas! E como você guardou a maioria dos tokens para si mesmo, há muito menos tokens para bombear.
  • Marque esses bebês para o mercado: Isso mesmo! Agora você colhe suas recompensas; pelo menos, no papel. Agora você pode mostrar bilhões de dólares em “ativos” em seu balanço.
  • Mostre seu sucesso: agora é a hora de lucrar. Enganche alguns investidores experientes (otários), como fundos de pensão, a pagar em excesso pelo seu patrimônio ou a fazer grandes empréstimos garantidos pelo seu token.
  • Mantenha esse volante girando: agora você tem dólares reais. Compre algo legal, como direitos de nomeação de estádios, políticos ou empresas de criptomoedas falidas. Mas não se esqueça: se o volante parar de girar, você vai se dar mal.”

O passo cinco é uma indireta a todas aquisições feitas pelo CEO durante os últimos anos. O CEO da FTX possui um estádio em Miami, o FTX Arena, lar do time de basquete Miami Heat.

Já as empresas falidas de criptomoedas referem-se às tentativas de Sam Bankman-Fried de comprar a Voyager Digital, empresa que recentemente veio à falência. As acusações do investigador buscam prever o fim.

Conforme diz, esse esquema volante ficou ainda mais claro no caso da Celsius. A empresa também tinha uma grande quantidade de tokens – CEL – na tesouraria, mas, isso não a impediu de falir.

FTX Binance FTT
(Imagem: dirtybubblemedia/reprodução)

“Esse é o perigo de controlar mais de 90% do total de tokens em circulação quando ninguém quer possuí-los em primeiro lugar”, diz Burgersburg.

Ele diz isso após mostrar em análise On-Chain que 93% do suprimento total de FTT está em apenas dez carteiras.

FTX Binance FTT
Distribuição de token FTT na Ethereum (Etherscan)

Ainda mais preocupante para ele é o fato mostrado pelo Messari, que existem apenas 180-200 endereços negociando ativamente em tokens FTT.

“O único atípico foi em 5 de agosto de 2022, quando de repente cerca de 10.000 endereços se tornaram brevemente ativos”, analisa.

Changpeng Zhao entra na briga

Quando as coisas pareciam não piorar para Sam “SBF” Bankman-Fried, o CEO da Binance Changpeng “CZ” Zhao, disse em publicação do dia 6 de novembro que a corretora iria liquidar todas suas posições de FTT, por receio de recentes descobertas acercas da Alameda e da FTX.

“Devido a recentes revelações que vieram à tona, decidimos liquidar qualquer FTT remanescente em nossos livros”, revela CZ.

CZ busca não brigar, nem querer causar rancor em SBF, em publicação diz que a Binance sempre incentiva a colaboração entre os players do setor.

“Em relação a qualquer especulação sobre se este é um movimento contra um concorrente, não é. Nossa indústria está em seu nascimento e toda vez que um projeto falha publicamente, prejudica todos os usuários e todas as plataformas”, diz.

Todavia, Sam Bankfield-Fried parece discordar. Nesta segunda-feira, o CEO da FTX foi ao Twitter alfinetar “CZ”. Conforme ele, competidores estão espalhando falsos rumores para o derrubar. Mas “a FTX está bem, os ativos estão bem”, afirma

Siga o Crypto Times no Instagram!

Fique por dentro de tudo o que acontece no universo cripto de forma simples e prática! Todo dia conteúdos recheados de imagens, vídeos e muita interação. Desde as principais notícias no Brasil e no mundo até as discussões do momento. Você terá acesso ao mundo das criptomoedas, finanças descentralizadas (DeFi), NFTs, Web 3.0 e muito mais. O universo cripto não tem idade, é para você! Conecte-se com o Crypto Times! Siga agora o nosso perfil no Instagram!

Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
Twitter Linkedin
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
Twitter Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.