ChatGPT e a revolução que ninguém viu (nem o Google); entenda

Por Cezar Augusto Gehm Filho*

Se você está na casa dos 30, 40 anos, deve se lembrar de quando, para atualizar um software, precisava comprar um disquete ou um CD. Pois é, parece que faz tanto tempo.

Afinal, no mundo da tecnologia tudo mudou em uma velocidade nunca vista. Nos últimos dias, o ChatGPT — que já tinha encantado (e até assombrado) o mundo com sua capacidade de encontrar respostas para as mais diferentes questões — voltou a surpreender.

Em uma nova atualização, a inteligência artificial passou a ser capaz de cruzar dados de imagens, texto e sons para realizar tarefas e responder dúvidas dos usuários. Ou seja, a IA aplicada na ferramenta evoluiu exponencialmente em um curto intervalo de tempo.

ChatGPT: Vem mais por aí

E o ChatGPT não deve parar por aí. Só para se ter uma ideia, assim que a nova atualização estiver disponível para todos os usuários, a partir de uma imagem enviada pelo usuário, o chatbot poderá explicar cenários e identificar objetos. Talvez, será até capaz de detectar qual é o sentimento de uma pessoa em uma foto.

Quem há pouco tempo atrás poderia se imaginar usando uma ferramenta assim? Mais quem isso, quem imaginaria que a hegemonia do Google seria colocada em xeque em um horizonte de médio prazo? Pouquíssimas pessoas, de fato.

Hoje, porém, essas questões começam a se tornar um senso comum. Pode até se pensar que este exemplo é um ponto fora da curva, mas não é. A tecnologia exponencial representada pela inteligência artificial não é mais algo distante. Ao contrário, ela está no dia a dia e na rotina dos negócios.

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Não há como explicar o declínio dos Correios e a ascensão do Amazon, por exemplo, sem levarmos em conta o que a IA foi capaz de fazer com a logística das entregas da big tech dos Estados Unidos.

Portanto, o que estamos assistindo nesse duelo não é somente a busca pela hegemonia da liderança dos mecanismos de busca. Não é à toa que a empresa OpenAI, criadora da ferramenta,  recebeu  US$ 10 bilhões em investimentos da Microsoft. O que está sendo disputado são, apenas como um exemplo, os bilhões de dólares que esse mercado movimenta por ano só em publicidade.

Guerra de titãs

Logo, o impacto do surgimento do ChatGPT será sentido na forma como se consome não só a informação, mas também os produtos. E isso independe de o chatbot sair vitorioso dessa guerra de titãs.

Assim, fica a dúvida: é muito cedo para falar na sucessão do ChatGPT? Parece que não. Afinal, aprende-se, na prática, que as coisas estão mudando cada vez mais rápido. E as marcas não poderão mais ficar apenas acompanhando tudo isso de camarote.

*CEO da PipeRun (www.crmpiperun.com), plataforma brasileira de aceleração de vendas; membro do Angel Investor Club; administrador de empresas e possui MBA em Gestão Empresarial.