China

China: 4 principais pontos do Congresso do Partido, até aqui

18 out 2022, 14:49 - atualizado em 18 out 2022, 14:49
Xi Jinping
Relatório de Trabalho lido pelo presidente chinês, Xi Jinping, logo na abertura do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês indica diretrizes da China (Imagem: REUTERS/Florence Lo)

A China iniciou no último domingo (16) o principal evento político do país, realizado a cada cinco anos e que costuma monopolizar as atenções no gigante asiático. Os momentos mais importantes do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCCh) ocorrem no primeiro e no último dia.

Enquanto o grand finale deve marcar um inédito terceiro mandato do presidente Xi Jinping, abaixo, estão os quatro principais pontos do relatório de trabalho entregue pelo líder chinês logo na abertura do evento. Confira:

Covid Zero veio para ficar

A política de combate ao coronavírus na China chamada de Covid Zero permanece em vigor. Não houve nenhuma mudança em relação às medidas contra a covid-19.  

“No entanto, a palavra ‘dinâmico’ abre as portas para uma abordagem mais flexível/pragmática de tal política, se as condições assim justificarem”, avalia a economista-chefe da Ásia-Pacífico do Natixis, Alícia Garcia Herrero. 

Porém, nenhuma estratégia clara de saída dessa abordagem foi revelada. “Salvar vidas continua como prioridade e não há nada sobre ‘equilibrar custos e benefícios econômicos’”, emenda a economista para a China do ING, Iris Pang.

Modernização da China é objetivo fundamental

A China enfatizou que o crescimento de alta qualidade é a base da política de crescimento econômico. Para tanto, apontou vários fatores capazes de levar a tal objetivo.

Entre eles, o avanço da tecnologia e o investimento em ciência e educação, tidos como força motriz para desenvolver novos talentos. Ao fomentar a inovação, cria-se a força de trabalho profissional necessária para implementar a estratégia de desenvolvimento. 

Assim, alcançar a autossuficiência para subir na escala tecnológica é fundamental, inclusive com pesquisa em semicondutores

Crescimento Sustentável 

Com isso, taxas elevadas de crescimento econômico não são mais o objetivo-chave, por si só. Mas sim um crescimento equilibrado e sustentável, inclusive em um ritmo inferior a dois dígitos.

“Planejar o desenvolvimento a partir da convivência harmoniosa entre o homem e a natureza é um requisito inerente à construção de um país socialista moderno de maneira integral”, afirma a observadora Ying Xue, em sua newsletter.

Ainda assim, o desafio é como alcançar os objetivos relacionados à governança socioambiental (ESG, na sigla em inglês). Para tanto, é preciso acelerar a transição em direção à “economia verde” e promover a neutralização da emissão de carbono até 2060. 

Mercado x Estado

O equilíbrio entre uma economia de mercado e uma política de estado está cada vez mais inclinado à intervenção do Estado na economia, com a estratégia de “dupla circulação” tida como fundamental para ampliar a demanda doméstica e o conceito de política industrial reforçando o papel da inovação patrocinada pelo governo e empresas estatais

Assim, a China deixa claro que o objetivo não é construir um estado de bem-estar do tipo europeu para operacionalizar a chamada “prosperidade comum”, mas sim aumentar o papel do Estado para “regular” a acumulação de riqueza, redistribuindo a renda. Grosso modo, o termo trazido ao centro do palco pelo presidente chinês Xi Jinping refere-se a um programa do governo que visa promover a igualdade socioeconômica.

“Em suma, o relatório do presidente Xi no início do Congresso do Partido da China sinalizou uma continuação das políticas econômicas existentes, em favor de uma campanha liderada pelo Estado para aumentar a autossuficiência e a segurança econômica do país”, resume o economista sênior para a China da Capital Economics, Julian Evans-Prichard.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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