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China aceitando carne de boi mais velho? Só os frigoríficos têm a resposta

10 mar 2021, 16:49 - atualizado em 11 mar 2021, 7:33
Boi Gado
Boiada mais jovem para carne exportada à China é a exigência mais conhecida (Imagem: Divulgação)

Se tem uma coisa no pacote de carne bovina exportado à China que só os frigoríficos sabem – e não dizem – é a participação de cada tipo de boi no total gerado da proteína. Tipo aqui como tempo de chão, não de raça.

Conversa de Money Times nesta terça (9), com o produtor de Barretos, Juca Alves, suscita a suspeita de que os principais importadores estão relaxando um pouco a exigência de carne de boi mais jovem.

Dúvida que qualquer produtor gostaria de tirar.

Mesmo que se tome o total embarcado para lá em determinado período, em volume e valores (também sob influência das variações cambiais), não há como confrontar com os preços pagos pelos animais pelas empresas. Ninguém sabe a quantidade exata, e, novamente, quanto de cada padronagem.

O mercado e a imprensa se acostumaram em falar em boi China como o sendo o melhor pago – atualmente flutuando nos R$ 315 a @ (ágio de até R$ 15 sobre o comum em São Paulo) -, e o exigido pelos importadores de lá. São animais mais jovens, estourando os 30 meses e até quatro dentes.

Não necessariamente nelores ou outras raças puras, apesar de que são esses que mais atingem peso e acabamento bons nessa idade, se bem manejados.

Juca Alves, acostumado a lidar com as principais plantas habilitadas a exportar para a China daquela região, entre as quais a unidade-mãe do Minerva (BEEF3), garantiu que tem compradores já matando boi mais velho com destino ao outro lado do mundo.

Longe de ser erado (idoso), mas até seis dentes, a partir de 32 meses de idade (nessa categoria, pode ir até os 43 meses).

Oferta curta

Pode ser reflexo de tempos mais recentes, quando a oferta de animas acabou de dezembro em diante e ainda persiste, até que a safra de verão engorde os animais de pasto?

E isso estaria fazendo com que os frigoríficos queiram repassar a alta das compras nas renegociações contratuais a preços superiores, como tem se ouvido falar, porém sem confirmação das entidades de classe e das indústrias. Portanto, compra-se um pouco mais de animais comuns, de valor menor.

É a hipótese mais plausível.

Se isso vem de mais longe, menor ainda a chance de tornar conhecido.

Para efeito de ilustração, em janeiro de 2020 a tonelada para enviada para a China resultou em US$ 5,82 mil. Em janeiro último, a receita foi de US$ 4,64 mil.

Em tempos de real bastante depreciado desde aquele período, o mercado e a imprensa se acostumaram a ouvir falar que os chineses forçaram revisões de contratos como contrapartida ao volume sempre em elevação comprado. Mas quem sabe ao certo?

O ano passado o Brasil exportou 2,016 milhões de toneladas e internou US$ 8,4 bilhões, mais 7,5% e mais 10,5%, respectivamente sobre 2019.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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