China avalia flexibilizar controles em investimentos offshore

A China estuda flexibilizar as restrições para permitir que os cidadãos invistam em títulos fora do território continental, em uma tentativa de facilitar os fluxos de capital bidirecionais em meio à abertura do mercado de capitais chinês para uma maior participação estrangeira.
A Administração Estatal de Câmbio irá realizar um estudo para identificar se pode permitir que investidores domésticos usem sua cota cambial anual de US$ 50 mil para compras de títulos e seguros offshore, escreveu Ye Haisheng, diretor do departamento de gestão de contas de capital, em artigo publicado na China Forex Magazine.
A administração também planeja remover o limite de cotas para pessoas físicas que participam de programas de ações com benefícios de empresas listadas no exterior.
Se implementada, a medida seria um grande passo no esforço da China por uma abertura bidirecional dos mercados financeiros. O país proíbe pessoas físicas de usarem a cota cambial para investimentos offshore diretos, mas a China é cada vez mais flexível sobre fluxos de capital, uma vez que o yuan se valorizou cerca de 10% desde maio de 2020.
Seria uma boa notícia para corretoras como Up Fintech e Futu. Muitos investidores chineses já têm ignorado as restrições ao abrir contas de corretagem offshore para investir em ofertas públicas iniciais de empresas chinesas em Hong Kong e em outros lugares.
Para atender a uma necessidade crescente de alocação de ativos offshore, a China também busca aumentar a cota para seu programa de Investidores Institucionais Domésticos Qualificados de maneira “oportuna”, de acordo com o artigo. As restrições podem ser atenuadas no mercado de derivativos, onde a negociação de futuros se limita ao hedge para instituições financeiras.
Ainda assim, o regulador prometeu intensificar o monitoramento dos fluxos transfronteiriços e reprimir violações contra as regras cambiais, disse Ye, acrescentando que os desafios são “inevitáveis” rumo à abertura das contas de capital.